Translate this blog!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Em 2012...

Por esses dias, relendo minhas velhas revistas de DV (haviam revistas que a KK e Luxor produziram para banca de jornal muuuuuito antes da Shimmie aparecer), encontrei o famoso texto de Jorge Sabongi sobre as "Fases da DV". Lendo aquilo, me parece que ele conta os anos de dança e não de carreira. Anyway, não é que me identifiquei certinho?

*
10 anos (faço 12 anos de DV em 2012 - não de carreira, veja bem)

Amadurecimento e respeito pela arte
É o momento em que se atinge o primeiro platô de sabedoria. Percebe que ainda não aprendeu absolutamente nada do que existe neste manancial de cultura e começa a respeitar mais seu corpo e seu aprendizado. Percebe que a estrada é mais longa do que imaginava e agora a incorpora para sempre. Já faz parte do seu sangue conviver com o aprendizado da dança. A humildade começa a aparecer e fica difícil a convivência com as iniciantes que se encontram na fase do desequílibrio com o ego.

Procura incessante por novas fontes e maneiras de dançar
O prazer agora, mais do que nunca, está na descoberta do que durante tantos anos esteve oculto: o conhecimento. Encontra as respostas para muitas atitudes de antes e com tudo que toma contato percebe um sentido melhor, pois já teve oportunidade de sentir e compartilhar pessoalmente no passado.

Equilíbrio artístico e definição de métodos de ensino
Já não faz tanta diferença como os outros pensam ou como o mercado reage às suas investidas. Desenvolve seu trabalho procurando sempre ferramentas para aprimorar seus métodos para ensinar, passar a frente tudo o que aprendeu. O aprendizado e o aperfeiçoamento agora importam demais para si.
*

Obrigada à todas as oportunidades que apareceram para mim em 2011! Às bailarinas que me convidaram para seus eventos, ao público que foi no Zahra Sharq ou que foi me ver dançar em outro lugar, avaliações, prêmios, aulas particulares, workshops e principalmente às minhas atuais alunas (Liliane, Selena, Vanessa e Jeanne e, agora, Kamilla e Morgana que retorna em breve - são poucas mesmo!) que me permitem continuar estudando com regularidade e desenvolvendo minha criatividade.


Espero ser uma pessoa e uma bailarina melhor em todos os sentidos ano que vem e que eu possa continuar tentando contribuir com alguma coisa nesse nosso pequeno mundo de lantejoulas.

Abrindo turma nova para INICIANTES

OBS.: Já repararam no layout novo? Agora do lado esquerdo superior, existem abas com as parcerias, selos, eventos que eu indico e meu perfil do blog. De vez em quando, passa lá também!

Bauce kabira e feliz 2012!
Hanna Aisha

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Desconstruindo leituras (6)

Divulgado no blog da Adrielli Brites, eu roubei descaradamente porque esse video merece ser divulgado por ser um PRIMOR em harmonia. Olhando esses videos, eu fico pensando em como falta tanto para chegarmos lá como classe artística de respeito, hein? Mas acho que isso é assunto para um post só.


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 4 de dezembro de 2011

A pressa da profissionalização em DV

Profissionalizar para quê? Para dar um workshop com os movimentos da Randa Kamel e os giros da Lulu? Até onde isso é contribuição original?

Levei 7 anos para ter coragem e assumir a responsabilidade de ter um DRT e me responsabilizar por mim mesma, sem ninguém me apoiando e coordenando diretamente por trás (como existe né, a gente sabe). Eu fico impressionada com a pressa que as meninas têm de se profissionalizarem em DV.

Não que eu não ache isso importante; é sim e nem acho que sejam necessários 7 anos, depende de cada uma. Fazer uma faculdade de dança, sindicalizar, fazer cursos sérios de profissionalização, aula regular... deve ser buscado!

Reforço o tema do post: por quê a pressa? Para ganhar R$ 50,00 em um restaurante e colocar suas fotos no Facebook?

Só porque sua mãe, amigas e amigos, parentes ou qualquer pessoa diz que você está dançando muito bem (o que pode muito bem ser verdade, não estou questionando isso) NÃO QUER DIZER que você esteja preparada para nosso tão amigável mercado de dança do ventre.


De preferência, após a supervisão de uma profissional e um estágio razoável na presença da mesma. Por que não estágio? Se médico leva dois anos de residência para ganhar a especialização por que você não pode se preparar melhor? Ou você acha que é só ensinar as mãos, oitos e montar coreografia? A responsabilidade de ter corpos em suas mãos é tão grande quanto sua atenção ao psicológico das alunas. Fooooora, a questão do que chamo enrolation society. Sem enrolação, please, dê aulas com "sustância".

Apresentações
Geralmente, se começa por elas e costuma ser um bom indicativo: festivais, concursos, festa da escola... até se chegar nos restaurantes, shows e apresentações particulares. Essa é a parte que nosso ego é mais massageado, pois quase todas as pessoas irão te elogiar. O que não quer dizer muuuuita coisa assim, principalmente de onde vierem os elogios.

Workshops
É bem diferente de aula, pois você tem um tempo limitado para explorar assuntos pontuais. Ninguém te prepara para isso, apenas a experiência de participar de workshops/cursos e de prepará-los. Eu, particularmente, me sinto novata nesse aspecto mas não tem por onde ir a não ser fazendo com bastante cautela, carinho, atenção e ESTUDO.

Relações sociais com suas colegas de profissão
A pior parte; é a que dá mais trabalho em cultivar. Por quê?
Porque nem todas querem receber críticas.
Porque algumas têm medo de perder alunas para você.
Porque algumas se acham mesmo, é da personalidade.
Porque só chamo para dançar quem me chama para dançar, independente da qualidade técnica.
Porque ela tem selo e você não.
Porque seu figurino não é de uma grife legal.
Porque se fofoca demais sem necessidade.
Porque as escolas não se misturam.
Porque sua aluna falou mal da outra professora.
Porque nunca sou chamada para nada.

Quantos "bafos" você escuta regularmente?
Boas professoras nem sempre são boas bailarinas ou coreógrafas e essa relação é um grande vice-versa. 

Quando decidir se profissionalizar, pense em todas essas responsabilidades que você automaticamente irá receber com ou sem DRT, mesmo não sendo minimamente qualificada em alguma delas (temporariamente, se espera).

Eu já errei como aluna e continuo errando, mesmo sendo hoje profissional. Como quase todas nós. Todas cometem deslizes. Até para quem escolhe uma posição mais reservada, existem consequências. Mas, repetir erros, não dá.

A questão aqui é procurar refletir sobre que objetivos você tem ao ser bailarina profissional ou ao se projetar como uma. Pois, a partir do momento que escolher a profissionalização, a cômoda posição de aluna deixa de existir e você passa a se responsabilizar por tudo que fala e faz. Até por ouvir e decidir esquecer ou não.

Quer ler mais sobre isso?

Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 26 de novembro de 2011

Instrumentos mais comuns na DV para taqsim - parte 1

Inspirada pelo curso de Taqsim que ministrei na Escola Kelimaski em outubro, resolvi fazer um post mais detalhado sobre os instrumentos mais comuns encontrados em momentos de taqsim.

O momento de taqsim, como eu já disse, é o momento que um instrumento sola. Você, como bailarina, deve procurar traduzir o melhor que puder, o que aquele instrumento está te sugerindo, porém sem grandes deslocamentos (isso fica para a parte orquestrada da música, o lazmah).

Para começar, que tal lermos o que o tio Hossam diz para a gente (sorry, está em inglês)?

Resumindo um pouco a história, vamos dividir em 4 partes:

Família da Nay
Família do Qanoun e Alaúde
Família das Percussões
E Outros

Família da Nay

Instrumento egípcio fabricado a partir de talos de cana, está presente em todos os países árabes, comum para acompanhamento no recitar de poesias.

Movimentos fluidos, oitos, ondulações e expressão mais suave ou profunda combinam bem com os variados tipos de flauta nay. É um instrumento flexível. Geralmente, o som da nay é longo mas ele pode ser rápido, permitindo seu deslocamento, por exemplo. Shimmies podem ser bem-vindos, mas devem ser muito bem colocados na música.

Vamos ver a Aysha Almeé, que consegue traduzir de forma hipnótica a nay:


Mais sobre nay, aqui.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 19 de novembro de 2011

Solo de percussão - parte 2

Vamos continuar falando sobre percussão?

Em quem eu penso quando alguém menciona percussão? Henry Netto. Quem já o viu dançando ao vivo, sabe o que quero dizer... vídeos não mostram o que ele é no palco:


Bailarina e percussionista ao vivo

Quem já teve a oportunidade de dançar derbacke ao vivo, sabe que uma das principais coisas que se necessita ter é calma. Uma vez passado o nervosismo, interaja! Assim, é possível que o derbackista perceba seus pontos fortes e fracos e improvise uma música que te favoreça (imaginando que ele seja bom). Kahina e Pedro Françolin já trabalharam juntos algumas vezes:


Apesar de sabermos que não é improvisado, Jillina sempre é uma boa referência de segurança, calma e limpeza em derbacke:


No rol das gracinhas bem feitas e sem exagero, novamente, Esmeralda:


Quer saber mais sobre como dançar percussão? Dá uma olhada nas dicas do Hossam:

Dica preciosa: se não se garanta tanto, não invente de dançar aquela percussão longa que você acha maravilhosa; faça simples, mas faça bonito!

OBS.: Tem mais um post sobre percussão vindo!

Bauce kabir,
Hanna Aisha

domingo, 13 de novembro de 2011

Desconstruindo leituras (5)

Mais um deleite, a meu ver... vocês provavelmente já viram esse video no blog da Amar e/ou no meu twitter, mas não resisti em publicá-lo aqui também.

Eu já dancei e, particularmente, gosto muito dessa música "Alf Leyla" e nunca imaginaria uma performance como esta elaborada pela bailarina Flora Pitta. Parece que está na moda a DV teatralizada mesmo...


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Exposição na internet

Qual é o limite para se expor na internet?

Nem vou discutir aqui sobre redes sociais em geral, mas sim sobre nosso mundo bellydance, claro.

Quando a gente está com tempo e começa a passear pela internet em busca de informação, estudo, vídeos, etc, constantemente nos deparamos com excesso de fotos, vídeos e cartazes.

Eu sou totalmente adepta da utilização de emails, redes sociais, blogs e qualquer coisa para divulgar a minha pessoa, mas eu procuro medir bastante a quantidade de tudo isso porque sei o quão enfadonho é receber milhares de emails sobre a mesma coisa. Por partes:

- Fotos: Por que colocar TODAS as fotos que você tirou em TODOS os eventos? A partir de certo momento, as pessoas deixam de visitar seu perfil porque não vê mais novidade. Bom, falo por mim mesma. Eu deixo de visitar gente assim.

- Eventos: Importantíssimo divulgar os eventos em que você estará presente, mas TODO dia, não. Quem quer te ver mesmo, vai agendar e quem não quer, vai ficar de saco cheio da divulgação e começa a achar que você está desesperada. Logo, não precisa relembrar sempre. Relembre quando estiver mais perto.

- Vídeos: Por que colocar TODO e QUALQUER vídeo que você filma? Você realmente acha que dançou bem em todos eles? Se sim, que bom para você! Caso não, os vídeos podem mais te atrapalhar que ajudar na sua própria divulgação. Selecione melhor o que você quer vender. Aliás, mostrar sempre o que faz tira um pouco do encanto e as pessoas não ficam tão curiosas em te ver ao vivo, pois existe um mundo de vídeos seus no youtube...

Pontos positivos (claro que existem!), eu mesma tenho vários exemplos da internet:

- Conhecer gente e aumentar contatos: foi assim que conheci a Maira Magno e a trouxe para o Rio em 2009
- Ganhar adeptos e alunas
- Divulgar seus eventos: sou grata à internet por ter público no meu show "Zahra Sharq"

Pequena homenagem à Jessica que ficou feliz em me conhecer pessoalmente em Juiz de Fora - MG e disse ser "muito minha fã" (estranho esse negócio de fã, hehehehe) no evento do Tufic esse ano e à Vanessa, que se tornou minha aluna (aliás, superpremiada por aí!) após assistir meu show "A nujum al araabia" em 2008.

Quem quiser saber mais, pode procurar algumas dicas no blog da Vanessa. Aproveitando a exposição... estarei lá!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 30 de outubro de 2011

Desconstruindo leituras (4)

Par quem leu sobre o post de percussão e quer ver alguma leitura diferente, veja este video super fofo!
Shahdana e os gêmeos Lombard: "derbacke" = sapateado. Sensacional!



Quer saber mais? Vá no site da bailarina e no Cadernos.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 23 de outubro de 2011

Solo de Percussão - Parte 1

Vamos falar um pouco sobre percussão! Para se dançar ou, principalmente, improvisar um solo de percussão, antes de tudo é importante ouvir bastante as músicas, pois a gente vai percebendo que existem várias coisas em comum nelas:

- Geralmente, as frases se repetem de 2 em 2 ou 4 em 4. Exemplo: dtk dtk tt/ dtk dtk tt.
- A segunda coisa, é saber ritmos árabes (não adianta fugir). Por quê? Porque existem alguns característicos, como soudi, que te permitem variar mais os movimentos de forma mais "contextualizada" e/ou mais harmoniosa.
- O maqsoum é bem comum como ritmo base.
- O rush (trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr) costuma vir mais no meio ou no final da música.

Sem nunca parecer cansada, Carlla Sillveira:


Nur e seu quadril com vida própria:


A Sadie, norte-americana tem um incrível refinamento de movimentos percussivos. Ainda sim, eu acho que ela foca muito somente no quadril:


Não curto muito a Didem também, mas sabemos que ela é muito limpa, calma e lê muito bem a percussão, com boa dissociação das partes do corpo:


E mais recentemente, Esmeralda, arrasando com sua espontaneidade!


No blog da Dunia, ela fala um pouco sobre tremido. Dá uma olhada! E a visão do percussionista sobre o solo de percussão aqui.

Para se dançar percussão tem que ter talento (e quadril) e muito gosto pela coisa, senão é um troço muito chato de se assistir. Eu mesma não sou muito fã e quase não danço. Mas é legal se aventurar pelas modalidades que não curtimos de vez em quando para que possamos ampliar nossas percepções musical e técnica.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 11 de outubro de 2011

No mês de outubro...

Passando rapidamente para divulgar 3 eventos em outubro:

16 de outubro - domingo
Ministrarei uma oficina de taqsim, em que apresentarei os instrumentos mais comuns que são utilizados em solos de taqsim e algumas sugestões de como lê-los com o corpo.


22 de outubro - sábado
Festa das alunas e professoras da Escola Kelimaski, gratuita!

29 e 30 de outubro - sábado e domingo
Organizado pela Shaira Sayaad, com mostra, concurso, show de gala e workshops, estarei lá dançando!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 11 de setembro de 2011

A diferença entre interpretação e expressão - por Cássia Pires

Quando estávamos perto de um concurso que minha aluna participaria, ela me enviou o link desse artigo maravilhoso por email... porque eu dizia a ela que deveria relaxar mais a expressão e "sentir mais a música", se preocupando um pouco menos com a técnica, até porque estava boa. Ela estava com dificuldade em entender o tal "sentir".

"É comum ouvirmos que determinada bailarina interpretou muito bem tal personagem. Na verdade, ela simplesmente soube expressar as características de tal protagonista. São coisas bem diferentes, nem sempre perceptíveis para quem desconhece como cada arte funciona.

Não existe o “entrar no personagem”. Isso é bonito, romântico e poético, mas interpretação é técnica. Estuda-se muito para isso. “Ah, então, por que nem todos que estudam teatro são bons atores?” Pelo mesmo motivo que nem todos que estudam ballet são bons bailarinos.

Há diversos teóricos sobre o assunto (por exemplo, Brecht, Artaud, Grotowski, Boal), mas um dos mais importantes e estudados é Stanislavski. A base do seu método consta em três livros: A preparação do ator, A construção da personagem e A criação de um papel.

Bailarinos precisam conhecê-lo? Não. Mas precisam saber que não são atores. Não vou me aprofundar no assunto, porque os livros existem para isso. Passarei brevemente por uma parte do processo de composição de personagem, para vocês entenderem a diferença citada no título.

Quando um ator recebe um personagem, a primeira parte de seu trabalho é compô-lo. Ele terá de transformar uma ideia em praticamente uma pessoa, para que os espectadores assistam e acreditem que aquele ser existe. Sim, sabemos que é tudo ficção, mas se não nos envolvêssemos, ninguém se emocionaria em uma peça, filme ou novela.

Como construir alguém que não existe? O ator tem apenas o básico: a história do personagem inserida em uma história maior. Pensemos em Marguerite, personagem de A dama das camélias, romance de Alexandre Dumas Filho, que virou peça, vários filmes, a ópera La Traviata e o ballet de John Neumeier. Prostituta de luxo, sustentada por seus amantes, ela se apaixona por um rapaz mais jovem, Armand. O pai do rapaz faz de tudo para separá-los, chegando praticamente a chantageá-la. Além disso, ela está morrendo por conta da tuberculose. O que ela faz? Renuncia esse amor, sem dizer a ele o verdadeiro motivo do abandono. O final? Não vou estragar a graça de ninguém.

Com isso em mãos, uma atriz só sabe coisas básicas: Marguerite é prostituta, sustentada pela burguesia, é refinada, está doente, é mais velha que seu amante, conhece bem os meandros da sociedade da época, guarda o real motivo de sua separação. Ou seja, não é ingênua, é sagaz, experiente e sabe onde está pisando.

Agora, é hora de dar vida a essa mulher. Há várias maneiras, mas uma delas é se abastecer de referências. A atriz lerá romances de mulheres que tiveram de renunciar ao amor, assistirá a filmes de cortesãs do século XIX, pesquisará sobre os sintomas que caracterizam uma tuberculose, lerá poemas sobre amores trágicos, ouvirá canções que remeterão à renúncia e infortúnio, estudará sobre os modos burgueses da época em que se passa a história, pesquisará imagens de mulheres refinadas daquele período, enfim, ela mergulhará nesse mundo. Além disso, poderá reconstruir as lacunas dessa personagem: Ela se apaixonou antes? Por que começou a se prostituir? Ela tem família? O que aconteceu em sua vida até o momento em que conhece Armand?

O espectador precisa saber disso? Não. Isso é importante para a atriz em questão. Antes que os outros acreditem, ela precisa enxergar essa personagem como um ser verossímil.

O próximo passo do trabalho é o processo de montagem, específico demais para quem não é da área.

Uma bailarina não precisa fazer a mesma coisa, não precisa construir a Marguerite. Mesmo assim, ela tem de entender essa mulher. Entender o que está acontecendo: uma mulher apaixonada que terá de renunciar ao seu amor por conta das pressões sociais da época.

No momento do espetáculo que corresponde à separação dos dois, a bailarina não poderá entrar sorridente no palco, mas nem por isso deverá fazer caras e bocas para demonstrar o sofrimento de Marguerite. Aliás, erro básico que, por favor, jamais cometam. Nada de retorcer seu rosto para demonstrar sentimento; ele começa do lado de dentro. Simplesmente, sinta. Emocione-se com a dança, com a história, com a música. Dance com o corpo e com o coração. No pas de deux negro, entre Marguerite e Armand, sinta a angústia desse casal que se ama e não poderá ficar junto. Naturalmente, o rosto e o corpo expressarão tristeza e resignação.

Expressar tristeza e resignação. Só isso que a bailarina precisa. Entendendo essa questão, fica fácil perceber a vivacidade de Kitri, a angústia de Odette, a ingenuidade de Giselle, a doçura de Lise… O próprio ballet traz a emoção à tona. Esse é o limite. Quem quer ir além, exagera e fica falso, e ninguém é tocado pela falsidade.

Deu para entender? Por isso, se expressem da melhor maneira possível e deixem a interpretação para o teatro. Cada coisa lindamente no seu lugar".

Para ler o artigo completo, ir aqui.
Quer saber mais sobre expressão? Vá aqui e aqui!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Marrocos e Dança do Ventre

Texto revisto e reescrito em 20/11/12.

Olá, bellynerds!

Quando a gente aprende ou ouve falar sobre shaabi, a gente vai no YouTube procurar por videos e pode acabar se confundindo. O shaabi egípcio já foi explicado aqui, mas também existe o chaabi marroquino, que é completamente diferente.

Infelizmente, nunca fui no Marrocos, mas ao longo desses anos lidando com Dança do Ventre, algumas vezes me deparei com uma música "diferente" da que eu costumava ouvir e aprendi, sem querer, que era música marroquina!


Existem muitos tipos de música marroquina e costumam ser tocados em diversos momentos de celebração. Esse ritmo chamado chaabi também tem a conotação de "popular" e nada mais é que música popular com diversas influências da música árabe, africana e berbére com elementos ocidentais como pop, reggae e rap. Chalf Hassan é o que eu mais encontrava por aí... mas existem diversos outros artistas!


Essa música teve sua origem nas ruas, nos anos 70, para competir com o shaabi egípcio e a música libanesa. Também pode possuir letras politizadas e os pioneiros foram Lemchaheb, Nass El Ghiwane e Jil Jilala. O surgimento desse estilo fortaleceu a estima do próprio país, que sempre ficou à margem dos países vizinhos. E a dança do ventre, ela existe no Marrocos?



Como o país é um dos mais conservadores "do lado de lá", bailarinas profissionais são consideradas prostitutas (e o são, na maioria, shikhat) e eu achava que basicamente não havia dança do ventre por lá, do jeito que a gente gosta que seja, como profissão. Mas, conversando recentemente com a bailarina carioca Luciana Midlej, ela disse que existe sim, inclusive acontecem lá, importantes festivais. Gente, alguém sabe dizer mais sobre isso???

Esse site aqui é legal... mas quer ver mulher marroquina dançando?


Vamos treinar nossos ouvidos mais um pouco? Tem mais aqui!
Fonte principal: Travel to Morocco
Bauce kabira,
Hanna Aisha

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sobre Zahra Sharq 2011

Olá!

Os agradecimentos começam com público do show e do workshop. Obrigada pela confiança em acreditar no meu evento que esteve em sua terceira edição!

Em seguida, agradeço imensamente às bailarinas participantes a disponibilidade e interesse. Mais o que apenas dançar, eu espero que todas recebam o retorno merecido por cada trabalho apresentado. E eu sei que existe um retorno.

Obrigada Jannah El Havanery, pelo contato inicial e a posterior confiança em vir para o Rio dançar e agradeça suas meninas por mim. Todas são muito simpáticas e educadas.

Obrigada à minhas alunas Vanessa, Jeanne, Liliane e Cecília que por meio de CDs, flores, presentes, olhares, abraços e paciência me ofereceram seu carinho e apoio.







No workshop...



Não vi quase nenhuma apresentação, mas o pouco que ouvi das pessoas foi de que esse foi meu melhor e de mais alto nível. Isso é resultado do trabalho de vocês mesmas. Espero ver logo os vídeos! E a todos, desculpem qualquer falta de atenção e espero que eu tenha oferecido conforto suficiente para que se sentissem bem.

Infelizmente, a Hadara Nur não pôde estar presente no evento por problemas de saúde. O que tinha de ser resolvido já foi resolvido entre as partes interessadas e o que fica é um pouco de vazio pela expectativa criada por todos. De qualquer maneira, agradeço também à Hadara pelo interesse em vir para terras cariocas.

Sobre o DVD, eu ainda estou pensando se farei a edição. Para isso, preciso saber quem são as reais interessadas em comprá-lo, sairá por R$ 20,00 cada um. Por favor, enviem um email para hannaaisha00@gmail.com. A programação foi a seguinte:

Jannah El Havanery – Clássica
Adrielli Brites – Salsa Árabe
Hanna Aisha – Zaar moderno 
Jaqueline Campos - Tribal Fusion
Grupo Osíris – Fitas
Natália Trigo - Clássica
Hanna Aisha - Taqsim Balady
Luciana Midlej – Oum Khoulsoum
Jannah El Havanery - Derbacke
Cia Zahra Sharq – Said com bengala
Nadja El Balady – Tribal Brasil
Shaira Sayaad – Dança com Espada
Jannah El Havanery - Wings
Hanna Aisha – Tarab 

Entrarei de férias dia 31 de agosto e emendarei em um congresso, voltando ao Brasil dia 08 de outubro. Certamente, minha presença na net diminuirá bastante, mas tentarei manter os posts atualizados.

Bauce kabira, 
Hanna Aisha

sábado, 23 de julho de 2011

Outra profissão além da DV

Você tem outra profissão que não a Dança do Ventre? Aliás, essa outra profissão é realmente seu pão de cada dia?

Durante o mês de junho, eu estive absolutamente atolada e imersa para realizar meu exame de qualificação do doutorado (para quem não sabe ainda, faço Doutorado em Bioquímica na UFRJ), o que me custou parar com experimentos de bancada e ler, ler muuuuuito artigo e montar a apresentação. E mesmo com o doutorado tomando mais de 40 horas da minha semana (meu real ganha-pão), ainda assim sou bailarina e professora de Dança do Ventre (com DRT, viu?! heeheheh). Escolhi a Biologia para minha vida como atividade principal e acho que falar sobre por que não escolhi a Dança renderia outro post.

Meu local de trabalho diário

O que quero dizer neste post é que, apesar de a DV estar longe de ser minha atividade principal, eu procuro desesperadamente me manter com um bom nível técnico e didático através de vídeos, aulas particulares, workshops, blogs e criações. Porque minhas alunas e o público que me assistem não tem nada a ver com minha vida, além da dança. Se eu me propus a estar ali, então, baby, do your job

Vamos saber mais um pouco sobre o que é ser amador e profissional no blog da Aisha Jalilah?

E só para relaxar... heheheh... uma paródia da Lady Gaga e a vida de cientista:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 17 de julho de 2011

Trecho Folclórico na rotina oriental

Então, a rotina oriental sempre será tópico de qualquer blog e deve ser tópico de estudo para qualquer bailarina que queira sempre melhorar e se profissionalizar. As rotinas são perfeitas para isso, pois oferecem uma maior variedade de ritmos e movimentos para se trabalhar em uma só música.

Neste post, falaremos sobre a parte folclórica das rotinas. Ela costuma aparecer, geralmente, após o taqsim, mas pode ser que apareça antes.

O ritmo said é o mais comum de aparecer nesse trecho, mas outros ritmos podem entrar e assim como o said, os passos correspondentes costumam ser lembrados. Porque, na verdade, você não precisa representar a dança folclórica em si, mas dançar no ritmo tocado. Aqui, Natalia Trigo (para mim, uma das poucas bailarinas que dançam de forma belíssima qualquer rotina) fez o said de forma bem discreta, a ponto de quase não se percebê-lo (a partir de 8:06). Mas acho que o said em "Joumana" não é um dos said mais fortes:


Fallahi e soudi, por exemplo, são os outros ritmos que podem aparecer. Se você escolher dançá-los, acho que sua dança ficará mais rica comparado se os ritmos fossem apenas obedecidos. O soudi, da Dança Khaliji, é um ritmo bem característico que pode ser confundido com o ayub e com o laff, mas se prestar atenção, principalmente no contexto da rotina, dá para ser pescado rapidamente. E o que fazer quando o soudi aparece? Ué, você soltar alguns dos passinhos do khaliji mesmo (que eu não acho fáceis de fazer não), porém de forma não tão marcada e mais suave, afinal, você está dançando uma rotina! Mas se quiser fazer mais forte, beleza; ficando bonito, estamos aí para bater palmas!

Aqui, eu, Elaine Rollemberg e Nilza Leão, dançamos a mesma música acima e também marcamos o said, o soudi e o fallahi nessa rotina:


E o baladi e o fallahi? Geralmente, é o maqsoum acelerado quem entrará na rotina e dará um tom mais sapeca à performance nesse trecho que chamamos de folclórico. Nesse vídeo, Mayara Al Jamila dança lindamente a famosa rotina "Nelly" que, a partir de 3:58, começa com um fallahi, emenda em um soudi (5:02) e em um said (6:15):


Bons estudos e bons treinos!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 26 de junho de 2011

Desconstruindo leituras (3)

Aproveitando o post anterior sobre Tarab, temos aqui Elis Pinheiro (SP), com uma leitura sempre mais moderna e "a la Elis":



Bauce kabira,
Hanna Aisha

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Que feio...

Minha mãe me ensinou a ser educada e a Shaira (que foi minha professora) também me ensinou a ser profissional. Isso significa que fazer cara feia enquanto as outras amigas dançam é FEIO.

Não precisamos fingir que gostamos de todas as danças que presenciamos para não criarmos antipatia entre as colegas. Mas fazer cara feia ou ficar fazendo deboche da roupa da amiguinha... tsc tsc tsc, não. Guarda para você e depois comenta com quem achar melhor com discrição. Já aconteceu comigo e tenho certeza que já aconteceu com muitas outras!

Lembrem-se de que o mundo bellydance é minúsculo e sempre acabamos por descobrir aquelas que frequentemente fazem isso!

O último vídeo de uma das KK cariocas, Dahab Chaim... porque ela merece.


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 5 de junho de 2011

A injustiça dos concursos (2)

Texto revisado e reescrito dia 17/06/2012

Flores orientais,

Como a Verinha escreveu na Revista Shimmie, quer assunto polêmico para seu blog? Um dos assuntos é concurso em Dança do Ventre. Já escrevi sobre isso aqui mesmo e na Central de Dança do Ventre.

Nesta última edição do Rio Orient, fui convocada para ser jurada de 2 categorias (Infanto-juvenil e Grupo Dança do Ventre) e acabei sendo de 4. Neste momento, talvez alguém esteja chateada comigo, pois nunca todas as pessoas ficam satisfeitas com seus resultados de avaliação, seja porque não aceitam bem as críticas ou porque foi injusto mesmo. Gente, já participei de vários concursos e continuo participando com alunas, eu entendo PERFEITAMENTE, principalmente depois de 4 concursos no MP (quem já foi, sabe!).

Já fui jurada algumas vezes (inclusive uma vez no MP) e toda vez que sou jurada, procuro evitar todos os erros que acho primordiais: atenção ao edital, homogeneidade entre os jurados e idoneidade. Sobre eles:

- Atenção ao edital: esse para mim é o erro mais comum. Primeiro, não sou eu quem cria o edital, mas se estou ali para julgar, independente de qualquer coisa, irei respeitar o edital. Por quê? Por respeito às pessoas que obedeceram as regras, simples assim. Por mais que doa (e acontece), pontos serão tirados caso não se respeitem as regras.

- Homogeneidade entre os jurados: funciona muito bem quando os jurados se conhecem e estão ali para serem justos, mas pode acontecer de aquele jurado não ser muito qualificado para aquela categoria e o "gosto" entrar na jogada ("Não gosto de punhal", como já ouvi falarem para mim...). Daí, cabe ao organizador prestar atenção na escolha dos jurados. Acho fundamental os jurados tentarem conversar para evitar plágios e injustiças, assim como concordarem com o resultado final. Deixa de ser sorte e um monte de numerozinho.

- Idoneidade: xi... esse é difícil de controlar e, novamente, o organizador deve prestar atenção na escolha dos jurados e os próprios jurados devem procurar negar o convite, caso haja aluna na jogada. Não só já vi professora julgando aluna, como já aconteceu comigo: "Se eu soubesse que era você no palco, tinha dado 10" ou algo como "Se você estivesse usado minha roupa, ficaria melhor", etc etc etc.

Me preocupo com a repercussão negativa que meus comentários em competição podem gerar por conta de falta de bom senso, crítica, maturidade ou, até, de justiça mesmo. Porque sim, DÁ para ser injusto de várias maneiras: escolha dos quesitos, notas quebradas, soma das notas, pouco tempo de conversa entre os jurados.

Mas, uma coisa eu não abro mão: se você foi para concorrer e ser avaliado, você deve estar preparado para ouvir críticas, que quase 100% das vezes são construtivas. E, gente, figurino, faz diferença sim; roupa bem acabada e correspondente à proposta, maquiagem bem feita, ter cuidado com a harmonia, no geral. Afinal, você faz Dança do Ventre para apresentar boas performances ou despertar a Deusa Interior? Se for esta última, ótimo, mas só não perca a cabeça em um concurso porque as coisas são e devem ser diferentes.

Continuo apoiando e incentivando todos a participarem de concurso. Eu, particularmente, enjoei um pouco.

Sabemos que, infelizmente, nem todos sabem ser jurados. Fora as coisas sem sentido que podem aparecer na sua avaliação. Uma boa dica, é evitar sair muito do "esperado", caso você tenha interesse em ganhar algum concurso. Mas, os vídeos abaixo mostram que você pode ousar e fazer bonito mesmo em concurso!

Grupo Letícia Soares (MG):

Grupo Rá (SP):


Grupo Dança do Ventre Brasil (SP):


Parabéns a todas nós que ganhamos com isso!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tarab

Post reescrito em 10/01/17

Muita gente ainda confunde o Tarab com rotina clássica oriental. As rotinas clássicas tem uma estrutura bem clara: introdução, entrada, cadenciamento, taqsim, folclore, percussão e finalização; e quase nunca é cantado. Tá cheeeeio de blogs e workshops ensinando como dançar. O que algumas pessoas chamam de Tarab é a música erudita árabe, aquela que foi feita para ouvir, inicialmente!

Quando se aprende o que é Tarab, se percebe claramente essas diferenças. Oum Khoulsoum é a cantora mais conhecida por cantar tarab. Podem ser músicas muito maiores que as rotinas clássicas, com introduções de 10 até 30 minutos! Claro que nós, bellydancers, não faremos isso com nosso público, mas ao cortar as músicas, é importante saber como cortar. Por isso, a importância de se conhecer a estrutura e a letra da música. Dizem que a primeira bailarina a dançar Oum Khousoum foi Zouhair Zaki:


O Tarab começou com cantores sírios e ao contrário do que dizem (inclusive, eu achava isso) e ele não é exclusivo dos músicos egípcios; "Baatereflek"é um tarab libanês, por exemplo:


No geral, Tarab não sugere grandes deslocamentos; sugere muito shimmie, redondos e ondulatórios, braços menos enérgicos, mais emoção e interpretação da letra. O taqsim é bastante presente, principalmente como a voz do cantor. Pode cantar a música à vontade! Aqui temos Lucy dançando "Lissa Faker":


Aqui, Dina dança "Hayart albi maak":



Você não precisa usar seu estilo "50 passos em um minuto". No tarab, a tranquilidade e o sentimento prevalecem. Algumas dicas pra se inspirar são ver o videoclipe da música (se houver), imaginar a cara do cantor, procurar palavras, perceber as sensações, refletir os sentimentos nos braços. Não conseguiu a letra inteira? Tudo bem, com a orientação de alguém que saiba um pouquinho de árabe, aprenda a pescar algumas palavras, para interpretações pontuais. Dá uma olhadinha nesse link para você saber como uma atriz trabalha sentimento no palco.

Existe a discussão de que Tarab não é um estilo de música ou dança, mas um conjunto de sensações que levam alguém a um certo êxtase, provocada por uma música ouvida ou dança assistida. Eu, particularmente, não me incomodo com esse rótulo que estou descrevendo neste post, apesar de acreditar que qualquer performance ou música podem emocionar de forma intensa. O que talvez aconteça é apenas questão de probabilidade: Qual a chance maior de você sentir êxtase: vendo alguém dançar muito bem Oum Kholsoum ou Saad el Soghayer cantando "que gosta de manga"? Aqui embaixo, a visão sobre Tarab da bailarina Cris Antoniadis (SP):


Para fechar, Aida Bogomolova com a famosa "Ana Bastanak", uma das músicas mais dançadas, atualmente, dentro do estilo:


Fontes: Blog da Yasmine Amar, Arabic music blog, Blog da Lu Ain-Zaila, Anotações pessoais de aulas com Jade el Jabel, Marcia Dib, Nilza Leão

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Primeira professora de DV

Todo mundo que hoje faz aula, trabalha ou passou pela nossa querida Dança do Ventre, lembra da sua primeira professora. Não lembra? Xi... então, realmente, ela não te marcou nada. Mas quem ficou, pelo menos, alguns meses, lembrará de quem ensinou as mãozinhas, a manter o quadril encaixado, a fazer você ouvir Tony Mouzayek e ficar ansiosa em comprar sua primeira roupa ou aprender logo a Dança com a Espada. Não é exatamente assim com todas, mas a história é beeeem parecida...

Inspirada no post da Celia sobre amizade na DV, resolvi escrever sobre a importância da primeira professora. Afinal, terá sido, essencialmente ela, quem fez você continuar ou sair da DV, certo? Ao longo dos nossos anos de estudo (em que, normalmente, nos primeiros, ficamos só com uma professora), passaremos por vários profissionais de dança, seja em aulas particulares, regulares ou workshops. E de todos, tiramos um aprendizado que nunca esqueceremos.

Mas será com a nossa primeira professora que lembraremos de como segurar um véu, fazer um shimmie e os famosos camelos. Ou não? Você pode ter aprendido errado a técnica, mas a professora nunca será esquecida!

Mesmo aquelas que hoje não têm uma boa relação com sua primeira professora, é legal tentar guardar as boas lembranças e todas as oportunidades que você teve com ela; seja de conhecimento, de dançar em algum lugar ou de copiar suas músicas.

Minhas melhores lembranças na DV foram como aluna, durante 7 anos, da Shaira Sayaad. A turma, inicialmente, era composta por mim e por Claudia e daí se "achegaram" Haynna Al-mudarissa de outra academia próxima, Jaqueline Campos (irmã da Claudia) e Elaine Rollemberg, de uma academia mais longe. A elas devo muitas alegrias, choros, decepções, realizações; amizade que se mantém até hoje.

Já dizia minha professora de Bioquímica na Escola: "Nossa primeira memória é sempre a mais confiável" e de certa forma, é verdade para mim. Várias das coisas que ensino e faço hoje foram as que aprendi com minha primeira professora, mesmo tendo-as visto de outra forma com outros profissionais ou readaptando-as do meu jeito.

O recado desse post é:
Aprendizes de ontem, de agora e do futuro: respeitem e valorizem qualquer profissional de DV (claro que isso se estende aos outros) que vocês esbarrarem. Todos têm uma história de estudo, batalha, fracasso, sucesso. Por mais que a gente não goste de sua metodologia (o que fez você procurar um outro professor), ou que ele não tenha inúmeros prêmios ou selos (já pensou se isso realmente é o mais importante?), lembre que outros gostam e que nossa arte, mesmo que não possua um "método acadêmico regulamentado nacionalmente" (o que poderia ser interessante, mas não é nossa realidade atual), é tão diversa e cada vez mais bonita graças à essa diversidade de métodos e estilos!

Boa sorte para todas nós que buscam um lugar ao sol!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 17 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hadara Nur no RJ!

O cartaz está pronto com todas as informações sobre o show e workshops!


Você ainda não se programou?

O show somente com ingresso ANTECIPADO. Qualquer coisa, entrem em contato comigo pelo celular ou pelo email.

Os workshops acontecerão na Escola Kelimaski dia 21 de agosto, domingo.
Rua Marechal Trowposvki, 103, Muda
(Qualquer ônibus que suba a Rua Conde de Bonfim na Tijuca em direção à Barra da Tijuca ou que deixam em frente à escola: 413-integração metrô da Saens Pena, 413 normal)

Hadara Nur
R$ 90,00 de 10 às 12h
Danca Clássica - Posicionamento em cena, Leitura da música, Roupas x Movimentos, Trabalhos isolados de movimentos, Sequências
- Certificado e apostila inclusos

Jannah Al Havanery 
R$ 75,00 de 14 às 16h
Fusão com Dança do ventre - combinações modernas árabes, Ballet, tango e Flamenca. Adicionando em sua dança novos elementos.
- Certificado incluso

Coffee-break incluso para quem fizer os dois cursos.
Pagamento através de depósito bancário (Banco do Brasil) ou pessoalmente na Escola Kelimaski (segundas de noite) e Espaço Chandra e Surya (terças de noite).

Mais informações: hannaaisha00@gmail.com

Imperdível! Aguardo seu retorno!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Uso dos diferentes véus - parte 2

Olá, meus queridos!

Continuando o tópico sobre o uso de diferentes véus, venho aqui com mais alguns videos para ilustrar que sim, é possível ousar, mesmo utilizando um dos acessórios mais tradicionais em Dança do Ventre. A questão é você estar disposta a pensar em entradas e saídas diferentes. "Como posso posicionar o véu no meu corpo e retirá-lo de forma diferente?" é a primeira pergunta que você deve fazer caso queira mudar aquela costumeira posição com o véu na frente ou atrás do corpo ao entrar. Nesse vídeo, eu utilizo a minha saia, que tem duas camadas, para finalizar a performance. Minha entrada com o véu de seda não teve grandes inovações:


Você pode trabalhar, por exemplo, com meio véu wing, ele vai ficar meio borboleta, tem gente que faz isso. Nesse video, a Amani usa um mini-véu wing:


Também existe, como vocês devem saber, o véu tipo "Fifi Abdo", criação da Hana Sedas (não ganhei para propagandear não...) Eu mesma já dancei com ele, é uma delícia, enorme, com 11 metros para fazer o franzidinho da ponta. Como ele fica preso no pescoço, como o véu wings, se perde vários movimentos porém você ganha em efeito. Aqui, Giuliana Scorza (SP) posou com o véu Fifi:


É isso aí, meninas. Caso tenham visto ou feito alguma coisa diferente com véu, posta aqui!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Parabéns!

Parabéns a você que investiu tempo e dinheiro se preparando para o Mercado Persa.
Parabéns a você que ensaiou à beça para o Mercado Persa.
Parabéns ao familiares e amigos que foram lhe prestigiar, em pé mesmo, no Mercado Persa.
Parabéns às Escolas e caravanas por seu ânimo em participarem do Mercado Persa.

Sempre que vou ao Mercado Persa, a única certeza que tenho ao sair de lá é de que valeu a pena por (re)encontrar meus queridos amigos e conhecidos bailarinos de várias partes do Brasil.

Para vocês, eu presto essa homenagem aqui no meu blog: Tufic Nabak, Amar El Binnaz, Allana Aflen, Lu Mansur, Samantha, Hadara Nur, Fernando Nagem, Marly, Márcia, Rejane Mesquita, Darah Hamad, Dahab Chaim, Sebastian Yacoub, Esmeraldah, Fabiana Tolomelli, Crystal Kasbah, Najla Al Hafsa, Zahra Li, Fabricio Dabke, Luciana Nogueira, Nanci Rocha, Sadim, Mayse Ribeiro, Rafaela Alves, Lorena, Elis Pinheiro... Ai... esqueci alguém? Certamente... :-/

Teléte, Dahab Chaim e Sebastian Yacoub foram alguns que encontrei por lá...

Para quem tem curiosidade, meu video das eliminatórias na categoria Profissional de 2011:


E parabéns à Revista Shimmie pelo layout do meu anúncio na edição no. 4 e pela qualidade da revista, a qual virei assinante. Lindo!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Desconstruindo leituras (1)

A ideia desse post (que já estou querendo fazer há tempos) é apresentar videos que "desconstroem" leituras que normalmente vemos em Dança do Ventre. Performances que saem do esperado e, nem por isso, deixam de ser admiráveis.

Vou começar com um video da Esmeralda improvisando um derbacke com Pedro Françolin. Linda conversa, lindo entrosamento, linda leitura, lindo tudo!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 10 de abril de 2011

Workshop em Foz do Iguaçu - PR!

Olá, povo do Sul!

Graças à bailarina Nina Nassif, estarei em Foz do Iguaçu - PR, dia 30 de abril, ministrando um workshop de ondulações e ritmos lentos, ou seja, de 8 e 10 tempos, presentes em taqsims. R$ 50,00 de 10 às 11:30h. Informações com ela mesma nos telefones do cartaz.

Além disso, estarei dançando no Restaurante Paraíso do Líbano entre 1 e 3 de maio, infelizmente, só saberei mais para frente...


Até lá no friozinho!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para dar uma estudada... literalmente.

Oi, queridos leitores

Sim, estou sumida. Esse mês de abril tenho 2 capítulos de livro e um artigo para escrever. Estou atrasada na leitura dos blogs, mas já tenho material quase pronto para postar aqui. Porém, vou ficar devendo por mais um tempinho. Por enquanto, deixo um video que gostei muito de uma bailarina polonesa chamada Jamilah, virei fã.


Bauce kabira,
Hanna Aisha

quarta-feira, 16 de março de 2011

Shaabi ou Neo Mawwal e Mahagaranat

Revisto e reescrito dia 19/04/18

Shaabi, assim como o tarab, são expressões egípcias muito características e que, só recentemente, a gente, no Brasil, está começando a entender o que realmente são. Já comentei sobre o shaabi em outro post, mas aqui eu quis falar mais e mostrar mais vídeos pra gente focar no tema.

Já escreveu Roberta Salgueiro que o mesmo nasceu dentro das classes D e E e junto da influência da música ocidental, o shaabi tornou-se a versão mais urbana e popular da música baladi, com a ajuda da difusão das fitas cassete nos anos 60 e 70. É sempre cantada e as músicas falam sobre o cotidiano dessas classes, com sátiras, duplo sentido, letras debochadas ou com conotação sexual:


Os maiores cantores no Egito são Hakim, Amina e Saad el Soghayer, mas é importante saber que Ahmed Adaweya foi um dos pioneiros e quem criou várias músicas conhecidas nossas. Aliás, acho que ele merece um post só dele!


O shaabi chegou às classes altas com letras mais suaves, podendo agora ser dançado por mulheres e nos palcos. Você não deve estar preocupada em seguir a música, dançar espontaneamente, não se preocupar tanto com complexidade de passos, permitir-se; inclusive, cantar pode!


Pensando em um shaabi para palco, nesse vídeo eu danço uma música que trata do casamento e da "alegria de se casar". Por isso entro com um buquezinho... ah sim, mega importante vocês saberem as letras justamente para poderem expressar na dança o assunto tratado e também saberem se não estão sendo chamadas de "mulher-melão", se a letra tem conotação religiosa ou mesmo é de baixo calão.


Sobre a roupa, vai depender: você pode se apresentar com a roupa típica do baladi, a galabya e, assim reforçar seu caráter "tradicional" ou dançar com uma roupa de DV. Vai ficar bem harmoniosa se você escolher uma música mais moderna, no último caso. Mas, claro, não é regra. Aliás, é importante entender que não há regras no shaabi, apenas entendimento de que ele é uma dança espontânea e atual.

This is real shaabi, baby!


O shaabi ainda é executado em áreas pobres, principalmente, em casamentos em que todo mundo dança junto e, segundo a Raqia, ele só existe no Cairo e em Alexandria. Aliás, ela recomenda que não se use snujs ou qualquer acessório... mas, eu não vejo por que usar snujs não combina.


Mas e o tal Maharaganat?

Não se espantem caso vejam uma apresentação do chamado street shaabi. Ele surgiu depois da revolução de 2011 no Egito. Algumas bailarinas já fazem isso há um certo tempo, mas chegou no Brasil muito recentemente. Nessa expressão  do shaabi, a dança é mais masculina (menos purista, digamos assim) e bem mais ocidentalizada por conta da influência do hip hop americano. Tá valendo! O mundo é globalizado! Soraia Zaeid tem sido uma das grandes popularizadoras do estilo:


Fontes: Anotações pessoais de aulas com Jade El Jabel, Luciana Midlej, Maira Magno, Nour, Orit Maftsir, Raqia Hasan, Blog Yallah!.

Bauce kabira,
Hanna Aisha