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domingo, 16 de dezembro de 2012

Gafes durante sua performance

Nós, frequentadoras de milhares de eventos de DV, com certa frequência nos deparamos com gafes. Principalmente com tanto evento de fim de ano acontecendo, não? Mas, o que são elas? São aqueles momentos que tiram um pouco do brilho da performance, seja ela qual for. Todos nós já cometemos alguma, pode ter certeza. Então, qual a questão aqui? Que elas são inevitáveis? Não, elas não são, podemos tentar evitar muitos constrangimentos. Mas é, claro, existem aqueles que estão fora do nosso alcance... Gente, quer coisa mais desagradável que palmas e gritos de caravana fora de hora?



Ajeitando a roupa durante sua dança.... Qual a solução? Comprar roupas adequadas ao seu corpo. Caso você tenha ficado maravilhosa nela e não tenha pensado nisso, ok, acontece... Ensaiar com ela antes e verificar quais músicas e movimentos ela se adequa melhor é outra opção. Aqui, eu fiz isso:


Cuidado com a calcinha! Nossa, essa eu já vi aos montes e eu também já "fui vítima" (mas esse vídeo eu não mostro! eheheheeh). Aff, que vergonha. Voltamos à história da roupa adequada. Não só no corpo, mas você deve escolher a roupa adequada ao local também. Tem aquela fenda grande que você não abre mão? Use-a no restaurante e não no palco. Ou use um short que fique quase invisível (short preto com roupa branca não rola também) ou dessas calças bordadas. Adoro a Jamilah, mas nessa ela ficou devendo:



Sim, podemos ter problema de espaço sim, mas assim como a roupa, devemos adequar nossos movimentos ao espaço que temos. Às vezes, precisamos segurar nossos giros, cabelos e arabesques... Evite mostrar seu bumbum pra plateia ou passar seu véu por cima da cabeça dos clientes, por exemplo.

Alfinetes também são grandes amigos das bailarinas. SEMPRE os tenha na bolsa! Por que não guardá-los na sua bolsa de maquiagem? Assim, você nunca vai esquecer. E mesmo assim, os alfinetes podem nos trair... até Lulu caiu nessa:


E quantas vezes você não viu alguma performance que teve a música "pulando", muito baixa ou parou no meio? Mas, nesse caso, felizmente (ou não), nós somos apenas vítimas! Fora acessórios que não fazem parte do seu figurino, como eu já vi relógio e sandália! Eu fui "vítima" do relógio uma vez (foto ao lado, o relógio tava no punho esquerdo, mas não aparece nessa foto), mas eu confesso que me perdoo nesse dia por todas as gafes que eu cometi... minha cabeça não tava nem um pouco boa.

Lição de hoje: esteja preparada para os imprevistos, mas se algum aparecer, resolva com bom humor, pois a vida sem surpresas não tem graça!

Cometeu alguma gafe esse ano? Conta pra gente aqui! Mais conselhos?

Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 8 de dezembro de 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

Beijos, 2012!

Uma homenagem às professoras e bailarinas, que diariamente, procuram se aprimorar, tanto dançando quanto em sala de aula; àquelas que não temem dividir seu conhecimento com medo de serem ultrapassadas por suas alunas; às blogueiras de DV, que dedicam grande parte do seu tempo pesquisando e se mantendo atualizada para abrirem um canal de discussões saudáveis em prol de uma dança melhor; e, às alunas, que confiam seu tempo e dinheiro a essas profissionais escolhidas.

Que esse último mês de 2012 que se inicia, seja um mês de revisão e reflexão sobre todo tempo como profissionais e que possamos ser melhores, contribuindo para o aumento da seriedade, respeito e comprometimento dessa profissão que muitas escolheram viver.

Segure sua ansiedade, angústia e deixe as decepções e frustrações na dança de lado para trabalhar de forma mais suave! Deixo com vocês uma música de uma banda que gosto muito e que fala um pouco disso... de manter nossos princípios e buscar sua luz interior, para que todas nós possamos dormir com a cabeça tranquila de um trabalho bem feito, todos os dias. Siga seu coração, não os modismos!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 25 de novembro de 2012

E as Bellydance Superstars?

No início dos anos 2000, quando eu era aluna, dançar as músicas dos CDs do grupo Bellydance Superstars (BDSS), comandado até hoje por Miles Copeland, não só era legal como era comum. Até porque os CDs reuniam vários estilos e traziam rotinas orientais já editadas para tamanho "palatável". E os shows eram magníficos (afinal, estadunidense entende de produção)! Daí vinham os DVDs didáticos, de performances... Nesse vídeo abaixo, o show completo no Folies Bergère em Paris (que show!). Para quem não conhece, dá para se ter ideia do quão grandiosos são seus espetáculos:


Muita gente aqui no Brasil e no mundo, foi influenciada pelo estilo "jazz" das BDSS, com suas fusões, músicas e coreografias modernas. E ousaria em dizer que ainda são. Particularmente, a minha preferida sempre foi a Sonia, apesar de sua expressão ser meio sem sal. Eu a acho muito limpa e delicada:


E impossível não nunca ter ouvido falar da Amar Gamal com seus wings, Rachel Brice, que popularizou o Tribal Fusion e Jillina, com seu quadril poderoso! Da mesma forma que as BDSS lançaram muitas bailarinas, algumas outras que fizeram parte do grupo até hoje, não sei por quê "mereceram" destaque. A única que continua é a Petite Jamila.

E agora? Cadê elas? Por que ninguém mais fala em BDSS?

Acho que teve a ver com uma necessidade do retorno "às origens"... as pessoas perceberam que tudo estava "moderno" demais e algumas bailarinas procuraram voltar a dançar músicas mais tradicionais e o folclore veio junto. Tá na moda dançar folclore e tarab! Então, as BDSS ficaram meio de lado. A crítica mais comum que o Miles recebe é justamente esse, de que o show não apresenta performances muito tradicionais. Sugiro a leitura da entrevista que ele concedeu à revista Shimmie (ano 1, edição 2, 2011), muito lúcida.

Jillina agora comanda o "Bellydance Evolution" e muitas bailarinas que passaram pelas BDSS, agora têm seus próprios grupos e projetos ou seguiram carreira solo.

Agora que elas não estão mais na moda (aqui no Brasil), fica cada vez mais improvável assistirmos, pela primeira vez, algum show, como já aconteceu em algumas cidades do mundo. Eu sei que a Adriana Bele Fusco já trouxe algumas famosas da trupe para cá, mas nunca o show completo de alguma turnê deles.

Fica aí vontade de ver...


Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 18 de novembro de 2012

Desenvolvendo seu estilo na DV

Já falei sobre vários estilos aqui no blog, dentre eles o estilo libanês, argentinoturcoegípcio, leste-europeuestadunidense e, até um suposto brasileiro.

A busca pelo estilo próprio é árduo e demorado. Aliás, não acredito em fenômenos de nada nessa vida. Você pode ser fenômeno de duas maneiras: sendo ruim mas, por acaso, ficou famoso por algum motivo aleatório qualquer OU sendo talentoso mesmo. Mas talento não é suficiente para ser uma pessoa bem-sucedida no ramo escolhido. O empurrão pode acontecer, mas é preciso se manter em pé depois do mesmo.

Para mim, isso se aplica aos estilos na DV e a consolidação da carreira que se almeja (afinal, todas temos objetivos e satisfações diferentes na dança).

Como eu comentei lá, acho que irei um pouco contra a maré pois, não vejo nenhum problema no rótulo dos estilos da DV; eu acredito sim que eles existam, não como uma forma de enquadrar a dança, mas simplesmente como sotaques. Assim como identificamos os mineiros, paulistas e cariocas, é possível sim perceber diferença em postura, deslocamento e até roupa na DV. Mas isso é regra? Claro que não, mas acho comum perceber diferenças.

Pode ser que estejamos falando de coisas diferentes também e usando a mesma palavra "estilo". Como eu disse, não vejo problema nesse tipo de rótulo e o considero muito válido como aprendizado para identificação de diversos caminhos que a dança pode tomar, dependendo do contexto cultural que ela está.

Vejamos a Débora Valério; mesmo tendo decidido voltar e ficar no Brasil, é quase impossível deixar de lado toda sua vivência no Oriente Médio e eu não veria problema nenhum em dizer que ela possui o estilo libanês:


Agora, podemos utilizar a palavra "estilo" com o sentido de dançar sua própria dança sem copiar ninguém e desenvolver trejeitos que são só seus e, aqui, não vamos considerar, de jeito nenhum, cópia como influência. Aí sim, essa ideia eu desaprovo, mas entendo que pode existir sim uma forte influência, principalmente, de nossas próprias professoras.

Mas voltando a falar sobre estilo de DV: existem bailarinas que não se encaixam em nenhum estilo óbvio? Claro que existem e é muito difícil sair das amarras que aprendemos e vemos com frequência. Por exemplo, Elis Pinheiro; não consigo identificar estilo nenhum nela, a não ser o que ela criou, que tem um tom contemporâneo:


Obviamente, isso não diminui aquelas que não possuem uma maneira de dançar tão diferenciada. Isso nada tem a ver com qualidade!

Meu comentário não é um incentivo às cópias, pois nenhuma aprendiz de bailarina pode levar a sério essa história de cópia. Se leva, provavelmente em algum momento, vai falhar e vemos isso acontecer com algumas bailarinas.

A Chrystal Kasbah nos orientou no seu workshop aqui no Rio quanto a fazer variações dentro do deslocamento, obviamente, usando seu estilo; a mensagem mais importante do curso definitivamente, para mim, não foi guardar a sequência (nunca foi minha preocupação) e sim, saber fazer as coisas com consciência e isso só vai acontecer com estudo frequente, não só dos movimentos no próprio corpo quanto sobre o objeto do seu estudo.

Para fechar esse post, vou colocar um vídeo da Esmeralda, que, para mim, desenvolveu muito do seu estilo próprio (na mesma categoria da Elis) baseado em muitos elementos surpresa e trejeitos diferenciados que nunca parecem artificiais e sim, sempre muito espontâneos, como sua expressão:


Siga estudando no seu tempo, com sua consciência limpa e seja feliz! E me conta depois!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 11 de novembro de 2012

Raks Shamadan (Candelabro)

Olá, curiosas!

No Egito, antes da eletricidade, os convidados carregavam grandes lanternas enquanto que as bailarinas as equilibravam na cabeça, até que os candelabros apareceram, para iluminar os rostos dos noivos durante a procissão que ocorre nos casamentos egípcios.

A primeira bailarina, que se sabe, a fazer sucesso com este elemento (senão a pioneira em carregá-lo) foi Zouba El Klobatiyya, filha da famosa Shoufiqa al Koptiyyah. Nadia Hamdi, sua neta, também ficou conhecida por dançar com o candelabro e até hoje é chamada para tal:


O candelabro ainda faz parte dos casamentos egípcios. Porém, com muitos deles acontecendo dentro dos hotéis, a "procissão" fica representada pela entrada dos noivos no salão com as bailarinas à frente. Nossos candelabros são muito pequenos com relação às das egípcias (provavelmente pela praticidade), por isso não estranhe o tamanho deles assim como das velas, é normal:


E de onde tiraram a ideia de que candelabro deve ser lânguido? Candelabro pode sim ser alegre e ser dançado no palco! É importante lembrar que o contexto original do candelabro é a dança ghawazee, que eram as bailarinas contratadas para as festas antes das bellydancers atuais. Não sei se perceberam, mas nos dois vídeos anteriores, os snujs estão presentes, apesar de não estarem nesse aqui embaixo:



Mas se você gosta de languidez, ok, tá liberado! Mas acho que para ficar bom e não entendiante, delicadeza, destreza e criatividade são bem-vindos!


Sobre figurino: acho que vai depender da sua proposta, se ela será folclórica ou performática. Também não sei de onde vem o véu na cabeça, eu, particularmente, não uso e se pingar uma ou outra parafina das velas no meu cabelo, não me incomodo. Tem gente que sempre usa com essa justificativa, mas acho que fica ao critério de cada uma.

Fontes: Princess Farhana, anotações pessoais de aula com Melinda James.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 4 de novembro de 2012

Nagwa Fouad: pra estudar

Exuberância. Glamour. Presença. Sensualidade. Isso é Nagwa Fouad.

Ela foi bastante popular nos anos 70 e 80, participou de inúmeros filmes, teve músicas criadas para ela e foi capa de inúmeras revistas. Particularmente, ela não é minha preferida, mas não há um vídeo dela que eu fique sem ver. Sei lá, eles me prendem porque acho que ela sempre poderá me surpreender. Ela participou como jurada do reality show libanês sobre Dança do Ventre "Hezzy ya nawahem".

Simpática e sorridente como ninguém, ela nasceu para estar no palco, nos filmes, nos brilhos. Não é qualquer bailarina que dá conta de ter um show com uma orquestra enorme só para ela:


Nem sempre acho sua leitura interessante, ela fica trabalhando em excesso a altura, agachando e ficando na meia ponta muitas vezes, o que acho que acaba sua elegância, como se fizesse tudo apenas baseada no instinto. Aliás, instinto e espontaneidade estão muito presentes na dança dela. O que podemos extrair dela, por que estudá-la, ver seus vídeos? Justamente por conta do que disse no início do post; ela tem presença, uma expressão grandiosa e muita exuberância. Características bem diferentes da languidez egípcia que costumamos aprender a reproduzir:


Nagwa Fuad foi um marco como bailarina e produtora, pois inseriu a Dança do Ventre nos hotéis 5 estrelas e inovou em termos de figurino, cenário e orquestra, transformando o show de dança em espetáculo grandioso, a Las Vegas:



Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 28 de outubro de 2012

Livros sobre dança - parte 2

Estou devendo a parte 2 há tempos, mas leio livros de muitas categorias diferentes e como me propus a sempre comentar 2 livros de uma vez, demorei mesmo para chegar a este post. Vamos lá!

Escrito pela bailarina Nassih Sari, "Jóia Rara - o diário de uma aprendiz", é um e-book gratuito pequeno que você pode baixar aqui. O livro trata da história de Sofia e sua evolução na dança como uma aprendiz em Dança do Ventre. Sua professora passa uma série de exercícios a fim de libertar sua "deusa" e fazer com que isso reflita na sua dança. Tem um pouco de história, de teoria, de técnica, sugestão de filmes e livros.

Para quem gosta de arquétipos, deusas, um pouco de psicologia e arteterapia, possivelmente irá gostar. Durante todo o livro, a autora procura incentivar a busca pelo autoconhecimento através da DV. Não é meu tipo preferido de literatura, mas o conhecimento está aí para ser compartilhado a quem deseja.

Outro livro que li sobre Dança é o "Cartas de uma bailarina de Dança do Ventre", escrito pela Luciana Arruda. Confesso que meu exemplar [que eu ganhe-ei! Inclusive faço parte da apresentação do mesmo, a convite da própria Lu] está todo riscado de lápis e cheio de anotações. Inspirador para muitos futuros posts que, infelizmente, ainda não consegui organizar e postar.

O livro fala sobre o universo da mulher e a dança como uma importante atividade de autoconhecimento e valorização. Ela direciona o leitor em vários aspectos, desde como comprar seu figurino, passando por comportamento até produzir seu próprio espetáculo, além de dicas técnicas e femininas, como maquiagem e alimentação.

Particularmente, gostei das dicas sobre conduta e expressão. Encontrei muitas afinidades com coisas que a Lu escreveu, apesar de discordar de outras. É uma leitura leve, tranquila, daquela para você ler no ônibus.

Ainda estou me devendo vários outros livros para ler, talvez eu demore mais um pouco para fazer outro post como este. Mas tudo bem, devagar e sempre!

Boas leituras!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 21 de outubro de 2012

Desconstruindo leituras - Especial

Esse "Desconstruindo leituras" é especial porque serão dois vídeos de uma bailarina que vem se destacando há um tempinho: Chrystal Kasbah. Apesar de ter passado pela Dança de Salão, ela tem se revelado uma ótima coreógrafa de Dança do Ventre e eu a elegi ano passado como bailarina revelação no blog da Amar El Binnaz. Além de ser super criativa, ela tem muita técnica e graciosidade. A primeira vez que a vi dançar foi em um concurso do Mercado Persa. Esse foi uma das coreografias que se destacaram no evento da Lulu ano passado:


E agora ela veio com essa nova:


Aproveito a propaganda dela para fazer outra: em novembro a bailarina Dahab Chaim a traz para a cidade do Rio de Janeiro (viu, amiga, fez uma boa escolha!) e eu terei a honra de participar do show e também farei os workshops! Olha eu!


Nos vemos lá!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A neurociência da dança - parte 2

Image result for o cerebro do homem damasioTerminei de ler o livro "E o cérebro criou o homem", de António Damásio, um neurocientista português muito importante que estuda os fenômenos relacionados à consciência humana e sua origem. No fim do livro, tem um texto que eu adaptei pro blog porque trata de cérebro, cultura e arte.

Biologia e cultura são totalmente interativas porque a construção de um cérebro consciente de cultura é moldada pelo funcionamento de muitas mentes que foram construídas sob a orientação de genomas específicos e existem evidências de que avanços culturais podem conduzir a profundas modificações no genoma humano. Por exemplo, a disponibilidade de leite através da cultura de vacas favoreceu mudanças nos genes que permitem a tolerância à lactose.

Freud via na arte um antídoto para neuroses causadas pela religião. Se a necessidade de gerir a vida foi uma das razões do surgimento da música, dança, pintura e escultura, então a capacidade de melhorar a comunicação e organizar a vida social foram duas outras fortes razões e deram às artes um poder adicional de permanência.

Imagine seres humanos em tempos remotos, já dotados de mente e consciência, com emoções e sentimentos e cientes do que é estar alegre ou triste, com ou sem dor. Como eles poderiam se expressar? Gritar, cantar, bater no peito, soprar um osso eram atividades possíveis de serem feitas pois essas características eram inerentes ao corpo humano.

O nascimento das artes como música e dança veio a partir dessas necessidades de comunicação; e qual seria a compensação disso, como prevaleceram? A reação emocional de prazer com a visão de certas formas e pigmentos, presentes em objetos naturais ou na decoração do próprio corpo; com sons e seus timbres, tons e ritmos; com certos tipos de organização espacial e a paisagens é a compensação final!

A arte passou a ser um meio privilegiado de trocar informações, induzir emoções e sentimentos, explorar a própria mente e a mente dos outros, ensaiar aspectos da vida e exercitar juízos e ações morais.

As artes possuem raízes profundas na biologia mas podem elevar a níveis superiores de pensamento e sentimento e prevaleceram na evolução por terem valor para a sobrevivência, contribuírem para o desenvolvimento da noção do bem-estar, darem coesão aos grupos sociais, auxiliarem na comunicação, compensarem desequilíbrios emocionais e criarem registros externos da vida cultural. A arte sobreviveria só por seu valor terapêutico, mas alguns acreditam que o artista se tornava mais atraente para o sexo oposto.

As artes foram uma compensação perfeita para o sofrimento humano, para a felicidade não alcançada, para a inocência perdida, mas ainda assim alguma compensação elas trouxeram e ainda trazem, como um consolo diante das calamidades provocadas pela natureza e do mal causado pelos homens. Elas são uma das maravilhosas dádivas da consciência ao ser humano.

Até lá!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 30 de setembro de 2012

Aulas com outros professores

Vejo muita gente sugerindo que é muito importante fazer aulas com outras bailarinas/professoras. Eu também sugiro!

Quando eu comecei a fazer aulas de DV em 2000, não tínhamos muito acesso a tantos vídeos, blogs e sites sobre o tema. Conhecíamos o trabalho de outras bailarinas através de shows e VHS, principalmente. Nour, bailarina russa (foto ao lado) sempre foi uma das minhas bailarinas-referência. São Paulo era a grande fonte de boas bailarinas no Brasil logo, o acesso era mais difícil para mim porque eu tinha que viajar. Acredito que a dificuldade de acesso a outras profissionais (ou a falta delas) em muitas cidades ainda exista, mas com tanto vídeo e site e um pouco de investimento financeiro, é possível ter aulas com outras pessoas atualmente.

Eu fiz aula com a mesma professora por 7 anos seguidos, coisa praticamente inimaginável, por vários motivos, hoje em dia. Já falei sobre a importância da primeira professora e reforço que mais importante que ela, é você ter nesse início uma referência. Para quem, não conhece, essa foi a minha professora, Shaira Sayaad:


Depois de profissionalizar, eu senti falta (ainda sinto) de aulas regulares, mas infelizmente, até hoje não consegui me organizar para isso. Então sempre procurei fazer workshops, aulas particulares ou profissionalizantes. De qualquer maneira, eu procurei, obviamente profissionais que eu admiro e dentre os vários pelos quais passei, ainda encontrei novas referências, que são as minhas até hoje, seja no estudo ou em consultoria. Fiz apenas um workshop com Maira Magno (hoje, ela está "aposentada"), mas o que tive e tenho até hoje de consulta dela através de chat, não tá no gibi:


Fiz um curso profissionalizante com a Fabiana Tolomelli e Tufic Nabak, o qual é meu consultor de várias coisas até hoje, inclusive comportamento profissional:


Ainda existem várias inspirações minhas, com quem já fiz aulas pontuais. Mas onde quero chegar? Que para crescer tecnicamente e aprimorar seu modo de ver (até fazer) a DV é preciso sim, passar por diferentes professoras, pois todas elas têm diferentes conhecimentos e vivências. Também não é preciso fazer um workshop diferente por mês, mas, por um tempo, focar em um profissional e extrair o que você quer dele naquele momento. Mais importante ainda que conhecer diferentes didáticas, é você ter calma com seu próprio desenvolvimento e procurar absorver realmente o que você ouve por aí.

Boas aulas!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Zahra Sharq 2012 - chave de ouro!

Essa carinha de alegria da Nur representa o que todos nós estávamos sentindo durante o show, que aconteceu dia 18 de agosto de 2012. Quem não foi, perdeu. Mesmo. Foi meu evento mais bonito. Apesar de eu ter estado todo o tempo na coxia, eu sabia que estava sendo lindo. O post da Lívia não desmente, foi um orgulho, acho que para todos os envolvidos.

Esse ano, resolvi não vender DVDs porque o retorno nunca é tão bom com as vendas. Contando com a ajuda de sempre do meu amigo de pós-graduação e hoje, professor da Escola de Dança da UFRJ, Roberto Eizemberg, coloquei os vídeos filmados e editados por ele no YouTube (Canal ZahraSharq2012 - sugestão forte de ver na sua tela HD). Que tal começarmos pela estrela da noite? Não vou colocar vídeos de bailarinas convidadas para não parecer que preferi uma ou outra...


Ela ministrou um workshop muito didático sobre quadril, pena que pouca gente foi. 100% de satisfação, não foi meninas? Cariocada, ela volta em outubro, não perca a oportunidade!



Minhas meninas da Cia Zahra Sharq foram bem também e receberam elogios. Parabéns! O esforço e a dedicação resultam nisso, em aplausos sinceros e elogios:


Rafaela Alves veio como participação especial e também deu workshop de véu duplo:


Ah sim, gente, eu também dancei! eheheh Engraçado que as rotinas sempre foram uma coisa que gostei bastante mas, ultimamente, têm perdido a graça para mim. Resolvi fazer uma para me desafiar tecnicamente e até acho que consegui fazer um trabalho, digamos, bom, para quem recentemente descobriu que é possível fazer bonito sem precisar de uma rotina (confesso que desafio maior foi o solo de saxofone):


Contei com muitos apoios esse ano e com um produtor, o Diego Cônti. Gente, é preciso entender de uma vez que qualidade, na maioria das vezes, significa um preço maior e isso inclui preço de workshop, produção e de ingresso para o show. Mas, infelizmente, o pensamento do não-investimento, seja no próprio conhecimento ou no prazer de ver algo de qualidade ainda existe. E olha que sou SUPER justa com preço, quase boba!

Acho que escolhi muito bem as bailarinas pois, cada uma no seu estilo e com suas diferentes performances me ajudou a construir esse evento (vai lá ver todos os vídeos!). Não sei se farei o Zahra Sharq ano que vem porque 2013 será meu último ano do doutorado e não gostaria de me comprometer com as pessoas e no desespero e falta de tempo, eu fazer um evento ruim. Eu preciso manter ou aumentar a qualidade, certo?

Nesse clima de satisfação e diante da incerteza de um próximo evento, posso dizer que fechei com chave de ouro!


Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 15 de setembro de 2012

Instrumentos mais comuns na DV para taqsim - parte 5

Como eu disse, esse será o último post sobre Instrumentos e Taqsim. Ufa.

Teclado
Imita qualquer instrumento e é muuuuuuuuuuuito utilizado hoje em dia, tanto ao vivo quanto em CD. Aqui a Saida lê o teclado (muito presente nas músicas do Mario Kirlis) em 2:12-2:24 e 3:22-3:56 (valeu Verinha!):


Voz
Você não achou que voz poderia ser um instrumento? Cai dentro dos sinuosos e da expressão! SIM, principalmente em músicas baladi e tarab.


Conclusão desses posts sobre instrumentos

De maneira ALGUMA, eu estudei e preparei esses posts querendo determinar regras. NÃOOOOO! A intenção foi de dividir impressões que não são só minhas com relação a esse tema, sobre as leituras corporais que caem melhor durante os taqsims. As bailarinas são livres para criar e como sempre digo para quem estuda comigo, fazendo bonito e de forma harmoniosa, tá valendo!

Para fechar essa compilação sobre taqsim, uma performance do grupo da Elis Pinheiro, com um taqsim lindo, em que vários instrumentos que estudamos aparecem. Enjoy:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 8 de setembro de 2012

Desconstruindo leituras (10)

Limpeza, precisão e um pouco de modernidade na leitura de uma música com um toque ultra tradicional:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

DV e meio-ambiente

Tivemos a ECO-92 (eu lembro bem, tava na escola...), esse ano tivemos a Rio+20... e o que temos com isso, bailocas? Aparentemente, nada, a não ser refletirmos como cidadãos e se tivermos energia, participar de ONGs, projetos acadêmicos, etc. Ou não?


Dia 03 de setembro - Dia do Biólogo!

Como muitos aqui já leram no blog, sou bióloga de formação, mas nem por isso sou ecochata (nunca fui), mas coincidência ou não, sempre me incomodei com a questão do meio-ambiente. Não vou abrir mão de usar celular, desodorante, absorvente, papel, entre outras coisas. Mas percebi, há, pelo menos, uns 10 anos que talvez eu pudesse fazer alguma coisa. E comecei a juntar papéis usados de todos os tipos e levar para um posto de reciclagem da Comlurb (empresa que realiza a limpeza urbana na cidade do Rio de Janeiro). Hoje, não levo mais para lá, mas continuo juntando e dou para minha mãe, que dá para uma catadora de papel no bairro dela.

Não tenho ideia se os papéis que juntei nesses 10 anos resolveram alguma coisa. O que sei é que me faz perceber que realmente, juntos podemos fazer alguma coisa pelo planeta, mesmo que seja individualmente. Com certeza, é necessário que existam governos e empresas envolvidos nisso para fornecer dinheiro, pessoal e planejamento.

E a Dança do Ventre, que tem ela?

- Já pensou em quantos copos de plástico da sua escola de dança você já usou para beber água e jogou fora?
- Você usa lenço umedecido para limpar os pés após dançar?
- O quanto você realmente precisa de véus, maquiagem, bijuterias e roupas?

Soluções legais:

- Carregar uma garrafinha para colocar água ou o que você achar melhor, quando for para a escola ou para eventos
- Lavar seus pés com uma toalhinha ou dançar de sapato
- Reformar, emprestar, trocar, alugar ou comprar roupas usadas de DV
- Comprar menos de tudo!

Atualmente, tenho visto um aumento na busca por roupas usadas e/ou trocas na DV (até porque os preços das novas não ajudam a consumir muito) e quem mais percebe que repetimos as roupas somos nós mesmas (caso você esteja preocupada).

Eu faço isso que eu citei como soluções. E vocês? Mais soluções "ecológicas" para sugestão?

Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 25 de agosto de 2012

Bailarinas x Eventos

Enquanto aguardo as fotos e os vídeos do Zahra Sharq 2012 para poder fazer um post só sobre isso, uma semana após passar o evento e pensar sobre algumas coisas, resolvi escrever sobre o perfil das bailarinas de Dança do Ventre em geral, com relação a eventos (obviamente, o que escreverei vai se referir à minha experiência na cidade do Rio de Janeiro).

Essa foi a 4a. edição do Flores do Oriente e o quinto evento que organizo. Mas já acompanhei e participei dos bastidores de muitos outros aqui na cidade e sei o quanto custa, cansa, demora para organizar um evento, não importa qual o tamanho. Mas, no geral, quase todos possuem uma coisa negativa em comum: a não-apreciação por outras colegas de profissão.

Lógico que todos nós possuímos nossos compromissos e vida social que não possuem relação com a dança! Claro, ainda bem! Faz parte do viver do ser humano! Mas será que é apenas coincidência na maioria dos eventos não se ver outras bailarinas APENAS indo apreciar o trabalho da outra? Eu, particularmente, não vou em todos até porque já conheci alguns que não me agradaram e eu decidi não ir mais, mas sendo bom e eu podendo ir, eu vou! Ver o trabalho de outras bailarinas da cidade, ver o trabalho de bailarina de fora (caso haja)... são raras as bailarinas que encontro pelos eventos. Imagina encontrar alunas de outras bailarinas! São sempre os familiares e amigos dos envolvidos.

Quando a Orit Maftsir veio aqui no Rio em 2010, fui no show e em um dos workshops e fiquei CHOCADA com a falta de bailarinas nos dois. Como pode? E olha, quem nem de dança eu vivo!

Eu acho esse posicionamento lamentável. É como se um músico não fosse a outros shows e atores não fossem a peças de teatro. Por que participar só se você for convidada? Os eventos nem costumam ser tão caros... certamente, o cinema lhe custa o mesmo.

Se for falar em workshops então... nossa, uma vergonha. A disputa pelos restaurantes é muito mais importante! São raras as que conseguem organizar um workshop que seja um sucesso ou isso lhe custa muita preocupação, encheção de saco ou eventualmente, prejuízo.

Enfim, eu fico muito triste no final do meu show olhar para a plateia e imaginar que sim, muito mais gente poderia ter assistido, não por minha causa, mas pelas bailarinas que estão lá, compondo todo o espetáculo!

Mas a realidade é outra e após 5 anos organizando evento e ralando para trazer gente de qualidade e mudar um pouco as bailarinas de estudo, repenso muito se continuarei me desgastando para tal, já que o retorno não é me nada claro.

Mas e o show, então, foi ruim? Não, não foi. Foi o mais lindo e organizado que já produzi. A Nur é linda e as bailarinas todas foram um primor. Olha que orgulho:


Divulgando o evento que está chegando e que irei como plateia. Darah Hamad conseguiu reunir em um show várias bailarinas importantes na formação de outras aqui na cidade, vale a pena prestigiar. E ela ainda está trazendo a Linda Hátor:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Para dar uma estudada... literalmente (3)

Apesar de eu não gostar muito do uso do véu em músicas clássicas como Oum Khoulsoum, Mohamed Abdel e cia, eu simplesmente amei essa performance da francesa Kaidi Udris, cheia de técnica e sentimento:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 17 de julho de 2012

Instrumentos mais comuns na DV para taqsim - parte 4

Ainda falando sobre taqsim... cansadas? heheheeh Eu não!

Ainda sobraram vários instrumentos para a gente ver que se encontra na categoria "Outros": violino, acordeon, saxofone, órgão, voz, teclado, mizmar, rabab... e será dividido em duas partes.

Violino
Assim como a nay, você pode dançar o som do violino com movimentos fluidos por todo corpo, sempre marcando os acentos e velocidade. O rabab exige um pouco mais de intensidade. Nesse video, Aida lê o violino de uma forma um pouco diferente, com inserção de shimmie também, mas não achei ruim (em 2:35-3:47):


Acordeon
Os movimentos podem ser parecidos com os do violino, porém com um pouco menos de elegância e com um jeito mais "baladi". Na minha opinião, pode-se ler o acordeon de muitas maneiras. Aqui, eu fiz um solo de acordeon:


Saxofone
Essa dança não é um taqsim, conceitualmente, mas o coloquei para ilustrar um solo de saxofone. É mais moderno, mas sua leitura é tão flexível quando a do acordeon:


Órgão
Seu som me dá a impressão de ser uma mistura de piano com teclado mais antigo (me perdoem os músicos!). Eu diria que os movimentos serão ditados principalmente pela intensidade que a melodia está sendo tocada pelo órgão. Um pequeno taqsim de órgão com Munira Magharib (1:45-2:05):


O próximo post sobre esse tema será o último!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 26 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

DVDs de Dança do Ventre - parte 2

"The Bellydancers of Cairo" é um DVD produzido em 2005 pela bailarina estadunidense Natasha Senkovich e ela foi ao Cairo para se aprimorar e descobrir diferentes opiniões sobre a Dança do Ventre. Ela realiza entrevistas com diversas bailarinas, perguntando principalmente sobre a situação de uma bailarina profissional no Cairo. Farei um resumo sobre os principais comentários e desde já recomendo fortemente esse DVD. Não sei se existe alguma cópia que possua legenda em português...

As entrevistadas foram Samasen, Lucy, Dina, Khayyreya Mazin, Rabab, Eman Zaki, Nagwa Sultan, Aida Nour, Doaa Hegazy, Zahra Zuhair, Katia, Marwa, Soraya Zaeid e Diana. Ainda entrevista Gigi De Manais, etinóloga de dança e dois homens, parentes seus.

A Dança do Ventre ainda é muito popular e é utilizada em casamentos para entretenimento e abençoar com fertilidade. Porém ainda existe muito preconceito e as roupas são um motivo, que mudou por conta da influência ocidental e de Hollywood, já que as ghawazee eram mais cobertas. A atriz Maud Allan, atuando como Salomé, também foi uma grande influência. Eman Zaki é uma atual estilista e disse que a Badia Masabni exigia de suas bailarinas treinos diários e que respeitava-se mais as bailarinas da Golden Era porque elas não mostravam tanto o corpo como hoje. E o Corão não permite que a mulher "decente" dance e elas nunca casam com alguém de família "decente", não se aceita [Observação minha: o que entendo por não mostrar tanto o corpo era a barriga, porque as pernocas, babies, apareciam e muito!]. Nagwa Fouad mudou o show de DV, com um tom a Las Vegas e foi a primeira bailarina a produzir suas músicas e, para ela, atuar dava mais dinheiro.

Para ser uma bailarina de sucesso no Cairo, segundo:

Samasen: é preciso um ano para se fazer nome, senão você não ganha respeito. Acha que a DV vai voltar a ser melhor porque está sendo sustentada pelos outros países e ela está feliz com isso [Viva nóis!]. Nenhuma estrangeira vira estrela no Cairo (!).

Aida Nour: não adianta ter habilidade física apenas, mas entender árabe, sentir a música, amar dançar e amar ser bailarina.

Nagwa Sultan: deve-se amar a música árabe e saber se mexer no oriental way. É preciso amor, talento e inteligência. Ela diz que o Egito está ficando cada vez mais conservador e as bailarinas aparecem cada vez menos nos casamentos.

Katia: é preciso criar novos movimentos, ter roupas bonitas e boa orquestra (o que é difícil). A economia está ruim e a influência da religião está maior, assim como a nova geração quer ser mais europeia. Os casamentos não têm DV e sim DJ para dançar. [Observação minha: em uma das vezes que dancei em SP, nessas casas com árabe, escutei isso de alguém com relação ao dabke. Para a nova geração, dabke é coisa de velho. E aí?]

Lucy ainda dança, tem um restaurante e diz que dança com sentimento e faz as pessoas olharem para seu lado feminino e não o sensual. Ela não gosta do cinema com DV porque ela acha que eles colocam a DV de maneira ruim. Samasem concorda e diz que esses filmes passam todo dia na TV e por isso o povo tem uma visão errada [Achei esse comentário particularmente interessante].

Além disso...
Dizem que para ser famosa é necessário dinheiro para investir e ter um produtor. E se você não é famosa, os empresários vão te usar por razões políticas. Todo manager quer saber se você quer se prostituir, não importa o nível. Hani Sabet, que é produtor, diz que prostituição e DV sempre andavam juntas e acredita estar diminuindo hoje em dia [Comentário interessante para as bailarinas mais puritanas].

Nos cabarés atuais...
É bem diferente: elas não têm troca de roupa e ganham dinheiro fácil. Muitas vão para fazer dinheiro rápido, mas não querem ficar ali para sempre.

No geral, elas demonstraram nas entrevistas muita confiança em si e em sua qualidade como bailarina. Mas ainda fica a dúvida se eles preferem fama e dinheiro ou segurança?

Ainda rola um extra com performances de várias entrevistadas assim como o comentário da diretora Natasha e do cameraman. Não encontrei no YouTube algum trailer sobre o DVD, mas achei essa parte em que ela filma a Soraia dançando e que está no DVD:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A arte do improviso

Alguns blogs já escreveram sobre o improviso em DV. Eu, particularmente, decidi que esse ano de 2012 seria o ano do improviso para minhas alunas e não há uma aula sequer que eu não feche com improvisação. Fora todas as avaliações que já estão programadas esse ano. "Eu sou carrasca, apenas isso?" Não, de maneira alguma. Faço isso porque sei que elas possuem um repertório de movimentos razoável, o que falta é colocá-los em prática. Isso me lembra minhas aulas de inglês cujo método se baseava em uma coisa parecida: "com 100 palavras em inglês é possível comunicar-se. É apenas questão de saber utilizá-las". Eu não só concordo, como faço isso, sem estresse. O vocabulário vai crescendo à medida que a segurança aumenta porque o "básico" está dominado e automático. 

Não sou contra coreografias, de maneira alguma! Mas acho que trabalhar o improviso ajuda sim no raciocínio rápido, na leitura musical e na expressão.

Algumas dicas gerais para improvisar

- Ouvir música árabe. Muito. Para entender um pouco (porque entender MESMO, acho que algumas poucas bailarinas entendem) de música árabe, sua estrutura, suas nuances, seus sotaques.

- Ensaiar regularmente os temas trabalhados. Não adianta achar que 1 hora e meia por semana de aula vai te tornar uma bailarina cada vez melhor. Doce ilusão que eu testei e não funcionou. Só sai se colocar em prática, não adianta. Já diria Shaide Halim: "Mas... sem técnica a coisa se complica um pouco mais. Porque a emoção só aparece verdadeiramente quando estamos tranquilas com o que faremos com nosso corpo, quando dominamos os passos, quando sabemos a sequência da coreografia ou, mesmo numa apresentação de improviso, quando conhecemos a música e sabemos o que fazer com ela. Ou seja, quando lidamos bem com nosso repertório de movimentos já estudados, já enraizados, já habilmente sabidos por nosso corpo".

- Nunca fiz isso de me filmar ensaiando, mas dizem que funciona. Só me vejo mesmo quando me filmam dançando, coisa que peço para fazerem sempre que dá, mesmo que eu não tenha a intenção de colocar no youtube.

- Trabalhar a timidez. Aproveitar os momentos em aula para improvisação ou exercício ajudam MUITO a diminuir a timidez diante do público. E isso interfere diretamente na sua segurança e consequentemente, na sua expressão.

Algumas dicas mais técnicas:

- Identificar o estilo musical que está sendo tocado. Rotina, balady, folclore, pop, moderno... No geral, isso não é um grande problema, pois sabe-se que estilo se irá improvisar, principalmente, se for um concurso.

- Identificar o tempo da música e, se puder, o ritmo. O ritmo pode dar dicas sobre movimentos e eu falarei exatamente sobre isso aqui no blog em algum momento.

- Identificar os instrumentos. Os instrumentos, como já venho falando nos posts sobre taqsim, não só dão dicas como recomenda-se, fortemente, segui-las.

- Criação de sequências para utilização nos improvisos. Eu, particularmente, não utilizo dessa dica, mas esse tipo de dica é comum.

Dicas mais elaboradas:

- Se os movimentos estão dominados, assim como a leitura dos ritmos, o que falta mesmo é trabalhar a expressão e a espontaneidade. E para isso, é preciso perceber qual o "humor" da música: alegre, triste, introspectiva, etc. para que você o sinta e traduza com o corpo, mexendo principalmente com a intensidade dos movimentos.

- Colocar em prática assim que tiver oportunidade! Não importa se é em sala, festa de família, festa da escola ou restaurante.

- Claro que é importante trabalhar bem as emendas e as finalizações dos passos, mas isso já faz parte de técnica em si, não só de improviso.

Você não precisa fazer 50 passos em um minuto, esquece isso! O bonito não é ver pernas, giros, cabelos e arabesques em 30 segundos, mas tocar profundamente quem te assiste e fazer da sua performance, uma na lista das inesquecíveis! Além, claro, de fazer você se sentir bem consigo mesma.

Fazer simples porém, com segurança, é certeza de sucesso!

E aqui, meu vídeo participando do concurso E-ventre 2012 na Categoria Solo Profissional, em que se improvisava uma música sorteada de uma lista de 12, reveladas anteriormente, pela organização:


Para saber mais:
- Luana Mello, para mim, que será sempre uma grande referência em DV: http://www.centraldancadoventre.com.br/artigos/175-encarando-o-improviso (ela tirou o blog do ar, ok, gente? Sad, but true.)
- Nesse artigo, uma visão parecida com a minha: http://www.centraldancadoventre.com.br/artigos/93-improvisando

Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sensualidade e a Dança do Ventre

A Dança do Ventre ou Dança Oriental (que seja) traz consigo a magia da feminilidade e da sensualidade, seja realizada por mulheres ou homens. E já escrevi, mais de uma vez, dizendo que certas expressões artísticas que se inspiram na DV são válidas. E continuo achando que são válidas! Acho que o contexto faz toda a diferença para o entendimento daquele elemento em cena.

Não sou antropóloga nem psicóloga e não tenho propriedade nenhuma em dissertar sobre o papel da mulher na sociedade, na evolução cultural, no cotidiano... o que eu sei, minimamente, é falar sobre a questão da sensualidade da DV baseada na minha experiência, desde que comecei a aprender as mãozinhas em uma academia de ginástica.

[O que mais me perguntam é se é preciso ter barriga para fazer DV. Não me lembro de ter me deparado com algum comentário ou pergunta desagradável. Ufa.]

Para mim, sensualidade é um comportamento, uma característica, geralmente, pessoal, que atiça os sentidos de outra pessoa. Ela não está necessariamente ligada à uma dança, mas acho que a Dança do Ventre permite sim, que a sensualidade de todas as praticantes possa aflorar, a partir do momento em que se deixa a barriga de fora, faz-se movimentos sinuosos e a autoestima começa a ser trabalhada. O que nem sempre ocorre com o folclore árabe, por exemplo.

A sexualidade de um indivíduo define-se como sendo as suas preferências, predisposições ou experiências sexuais, na experimentação e descoberta da sua identidade e atividade sexual, num determinado período da sua existência (Wikipedia). Ou seja, sexualidade e DV não parecem ter a ver um com o outro, correto?

Eu já fui contra ensinar DV às mulheres que queriam apenas dançar para seus maridos. Hoje, eu não vejo nenhum problema em participar como uma ponte de felicidade entre duas pessoas. Por que não utilizar a aura de "odalisca" para fazer um casal feliz?

Indo para a realidade de trabalho das bailarinas de DV: como desmistificar o imaginário popular sobre a relação entre sexualidade/vulgaridade e DV? É nosso papel? Ou é falso moralismo? Quem ainda não dançou para seu respectivo (a)? Como disseminar o outro lado da DV, que não apenas a sensualidade intrínseca? Recuso um b$m trabalh$ e abro mão dos meus princípios?

Fica aí para TODAS pensarem.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Instrumentos mais comuns na DV para taqsim - parte 3

Nesse post falaremos sobre a Família das Percussões; nela, estão incluídos instrumentos que sugerem movimentos que eu chamo de "secos". Isso significa que, provavelmente, você não fará movimentos fluidos ou ondulatórios.

Já falamos sobre solos de percussão aqui no blog, mas comentando rapidamente, o Derbacke e o Tabel são os instrumentos de percussão mais famosos, apesar dos diversos tipos de pandeiro e snujs estarem também incluídos nessa família.

Os diversos tipos de pandeiro (daff, tar, mazhar, bendir, riq) podem conter ou não címbalos de metal e se agregam ao derbacke para indicar troca de ritmos ou para manter o ritmo base, por exemplo. Infelizmente, procurei com certa exaustão, vídeos de percussão que possuíam um pandeiro solando para mostrar aqui, mas vou ficar devendo. Se alguém tiver algum para indicar, escreve aqui! Mas de qualquer maneira, diria que a leitura é bem parecida com a leitura do derbacke: marcações corporais diversas, shimmie, tremidos. O que esse solo de pandeiro te sugere de leitura?


Os snujs são bastante comuns na música árabe e bem interessantes de serem utilizados como um complemento na dança, principalmente em baladi e, por que não, nas percussões. Mais sobre snujs na Yasmine.

Aqui, Nur (SP) arrebenta neste solo de derbacke:


Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Lição

A única lição no bellyworld que eu realmente me garanto de dar é a que vou desenrolar nesse post. Porque com quase 10 anos na área acadêmica, vivenciando congressos, participando e/ou dando seminários de artigos científicos e/ou dados, sendo orientada constantemente por professores universitários da UFRJ e outras faculdades ou orientando alunos, posso dizer que a crítica faz parte da minha rotina. Isso, para mim, é absolutamente normal e natural e na realidade, faz parte de qualquer área acadêmica seja humanas, exatas, científica ou artes.

[Por isso, gosto tanto de participar de blogs e ter um]

Vou explicar melhor: criticar metodologias de análise, teorias, hipóteses faz parte da construção do conhecimento humano assim como a avaliação pelos pares, ou seja, por seus colegas de profissão, que normalmente estão envolvidos em pesquisa. Enfim. [Essa é mais uma daquelas minhas decisões de me tolhir mais uma vez nos blogs, facebooks, etc]

Já tem tempo que sabemos do interesse de uma parte das profissionais em tornar a Dança do Ventre mais homogênea por conta de tantos métodos empregados, assim como sabemos que, no geral, a Dança do Ventre não é uma dança respeitada no chamado meio acadêmico, seja o ballet ou as faculdades de Dança.

E a única lição que eu, Hanna Aisha, posso contribuir para essa discussão do crescimento da Dança (a partir da experiência da Ana Caroline) é:

Antes de querer elevar a Dança do Ventre a um patamar maior, os profissionais DEVEM aprender a dar e a receber críticas assim como DEVEM entender que não gostar de um trabalho ou metodologia não significa falta de respeito, despeito, inveja ou conspiração.

Eu poderia dar nomes de profissionais da Dança que eu, felizmente conheço e já troquei figurinhas, que entendem o que estou dizendo por serem estas pessoas que além de frequentar workshops e ver vídeos, foram ou estão inseridas em um meio acadêmico, tentando DE VERDADE, dar consistência a essa vertente artística de uma cultura que nem nossa é. Além daquelas poucas profissionais, que têm a oportunidade de poder vivenciar de perto e intensamente a cultura árabe.

Mas, decidi também, que usarei cada vez menos nomes no meu blog como referência de qualquer coisa. [Mesmo que eu não fale mal das pessoas aqui]

Somos muito amadores. De verdade. Mesmo que nos intitulemos (ou nos intitulem para nosso ego) profissionais, mestras ou doutores.

Por favor, menos histeria se seu status quo foi questionado por outro profissional. Seja maduro e se questione antes de falar mal da pessoa.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 17 de abril de 2012

Até onde vai a ousadia?

Lendo o post da Amar sobre Mozart e DV, fiquei pensando em quanto eu NÃO sou ousada. Tenho muitas dificuldades em ir além do que aprendi e continuo estudando. Fiquei até um pouco preocupada com o que diriam da minha performance mais "celta"! Daí lanço a pergunta: até onde vai a ousadia na DV? Se somos, no geral, (se é que temos o direito) superconservadoras com o folclore/popular árabe, imagina fusionar/inovar! Não vou falar de fusão aqui, já fiz isso. Mas vim falar da inovação mesmo, da construção de novas personagens, ideias, desenhos, figurinos, músicas. Isso é inovação ou maluquice para vocês?


Eu, sinceramente, achei maneiro, de verdade. Não tenho ideia do contexto ou da intenção da bailarina, mas que a produção foi bem feita, foi. Expressão, figurino, música, cenário... Por que você não gostou? Isso diminui a nossa querida dança do ventre? Acho até que a DV passou meio longe desse video... E por que então, as pessoas gostam disso?


O que quero passar com esse post é a ideia de que muito mais importante do que ficarmos ofendidas com vídeos (ok, alguns são realmente péssimos), avalie sua própria dança, sua aula, suas alunas. Estou ensinando corretamente? Minhas alunas estão crescendo? EU estou crescendo? Antes de ficarmos ofendidas com esses vídeos, como se fosse uma coisa pessoal, vamos primeiro ver se estamos cumprindo com nosso papel. Daí passamos a ver a coleguinha do lado.

Não tenho nenhum cacife acadêmico (não sou bailarina de formação acadêmica) para criticar escolas, pensamentos, técnica que não sejam além da DV e de maneira alguma venho aqui deixar de incentivar as inovações ou dizer que aceito/acho lindo qualquer trabalho relacionado à DV. Apenas que tudo tem contexto e, bom gosto, amiga, quando há, não tem para ninguém!

Para finalizar, uma parte do show "Alladin" organizado pela Julli Mariano (SP) em que achei fantástica. Não achei no YouTube a parte da Julli com o Tarik, mas esse vídeo dá para ter uma ideia da inovação realizada por ela (não tive tempo de ver todo o espetáculo):


OBS.: Esse post não é direcionado à ninguém, ok? Apenas juntei pensamentos que estavam sendo acumulados ao longo do tempo ao assistir diversas apresentações e videos desse tipo.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O que faz uma bailarina NÃO querer viver de dança?

Outro dia, tive um súbito momento em que desejei viver só de dança. Mas segundos depois, voltei à realidade. Esse post, DE MANEIRA ALGUMA, é pessimista e é contra a ideia de se viver de dança. NÃO. Mas sim, existem pessoas que poderiam, mas não querem. Por quê?

Já escrevi porque uma bailarina larga a DV. Dinheiro, casamento, gravidez, novos projetos... mas, e aquelas que não a têm como primeira profissão (como eu)?

Um resumo sobre minha opinião e uma junção de inúmeras conversas que já tive por aí com outras bailocas:

Instabilidade financeira: esse é um ponto importante (senão o principal) e nem preciso incluir aqui os gastos que fazemos com roupas, eventos e aprimoramento. Para bailarinas que não possuem escola de dança, depender de manter uma quantidade razoável de alunas dá frio na barriga. Além disso, é basicamente necessário estar vinculada (não importa a forma) aos grupos que coordenam os restaurantes para divulgação constante e dinheiro extra. Fora, o fato de que seria ainda bem melhor se você fosse convidada para fazer festas particulares ou ministrar cursos com certa frequência. Daí, para isso, o famoso QI é fundamental.

Acho que só isso é um grande e bom motivo. Mas há outros:

- Não ter paciência para lidar com estrelismo e ego alheios;
- Organizar eventos constantemente, esperando que eles nunca lhe causem prejuízo e sim, o mínimo de lucro;
- Não ter jeito ou ter medo de abrir e manter uma escola de dança;
- Decepções constantes com eventos e pessoas, porque a fofoca/intriga, "amiga", é grande e parece inevitável, mesmo que às vezes, você fique na sua.

...daí, a dança acaba em segundo plano, do jeito que começou. Minha querida Lory escreveu um texto que complementa esse post de certa forma, vale a pena ler. Vera também já falou sobre isso!

A maioria das alunas, quando começa a aprender DV, tem mais de 18 anos e já tem alguma faculdade na cabeça ou já tem um outro emprego. São poucas as que largam as carreiras para viver de dança.

Tá. O que faz então as alunas chegarem a cogitar essa possibilidade? Acho que daí é tema para um post futuro!

Bauce kabira,
Hanna Aisha

quinta-feira, 5 de abril de 2012

[Off-topic] 30 anos de vida

A Mulher de 30 Anos
(Honoré de Balzac)

Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma e de um homem. Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20. Só que isso é compensado por outros atributos encantadores que reveste a mulher de 30. 

Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma e com seu homem. Aos 30, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e orgulho da sua vagina, das suas carnes sinuosas, do seu cheiro cítrico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível. Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando o que for feio e baixo - astral. Quer é ser feliz. Se o seu homem não gosta dela do jeito que é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça. 

Aos 30 anos, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos e acessórios, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor. E tem gestos mais delicados e elegantes. 

Aos 30, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar. E finge indiferença com muito mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante. Mulher que é mulher,se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, aos 30 ela,já sabe lidar melhor com esse aspecto peculiar da sua condição feminina. E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam e quem mais estivesse por perto, irremediavelmente. 

Aos 20, a mulher tem espinhas. Aos 30, tem pintas, encantadoras trilhas de pintas, que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos.

Sim, aos 20 a mulher é escolhida. Aos 30, é ela quem escolhe. E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata.

A mulher de 30, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome. Aos 30, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada. Até seus dentes parecem mais claros; seus lábios, mais reluzentes; sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é a oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade.

Aos 20 ela rói as unhas. Aos 30, constrói para si mãos plásticas e perfeitas. Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável. Acontece alguma coisa também com os cílios, o desenho das sobrancelhas, o jeito de olhar. Fica tudo mais glamouroso, mais sexualmente arguto.

Aos 30, quando ousa, no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens já aprendeu a atuar no contra - ataque. Quando dá o bote é para liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado. Mostra a sua força na hora certa e de forma sutil. Não para exibir poder, mas para resolver tudo ao seu favor antes de chegar ao ponto de precisar exibi-lo. Consegue o que pretende sem confrontos inúteis. Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher.

Bauce kabira,
Hanna Aisha

terça-feira, 27 de março de 2012

A dança da minha terra

Convidamos você a assistir um espetáculo teatral inédito no Brasil, onde o desabrochar de um amor se entremeará com as aventuras de Hana 'A contadora de histórias' e João, um jovem professor brasileiro que chega à trabalho em Beirute!
‘A Dança Da Minha Terra’
Um espetáculo romântico, sublime, repleto de danças populares árabes e bailarinas que arrebatarão os pensamentos deste belo visitante que se apaixonará por Hana a cada história contada!
Pegue carona neste tapete mágico, porque ‘Mil e uma noites’...
...foi só o começo!
Pois é, quem diria que depois de uns 12, 13 anos eu voltaria a participar de uma peça de teatro! Bom, ainda não mais como atriz, mas como bailarina! Esse foi um convite inesperado que recebi da atriz (e bailarina de DV) Keyla Milanez em janeiro e que todas nós abraçamos com alegria!

Areias Herbert e Keyla Milanez


 Hanna Aisha e Luciana Melquiades


 Nadja el Balady e Nitya Montenegro

Vejo vocês lá!
Bauce kabira,
Hanna Aisha