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domingo, 25 de julho de 2010

Ansiedade e desânimo e tristeza e realização...

Nessa ansiedade louca devido ao meu evento que está chegando, eu percebo o quanto a gente se desgasta emocionalmente por conta dos nossos trabalhos, né? Mais especificamente, falo da dança, porque eu tenho duas profissões bem diferentes.

E para quê a gente faz isso (é um desabafo mesmo sobre esse meu momento, ok?)??? O retorno financeiro nem sempre existe (e não é falta de planejamento!); pouca gente da área comparece; as panelas continuam firmes. Ou o povo está sem dinheiro? Eu tenho dúvidas sobre isso...

Eu faço isso porque gosto mesmo; sempre tive tino para organização de eventos e pude colocar isso em prática algumas vezes, não só na dança. E não consigo pensar em fazer mal feito: é muito fácil destruir uma reputação, mesmo que ela seja neutra, rapidamente. Quantos eventos ruins vocês já foram? Eu aboli alguns, não dá para perder tempo.

Mas onde está esse povo que quer tanto passar na prova do Sindicato, mas é incapaz de manter-se atualizada com workshops, investir em roupas um pouco melhores, em um cartão de visitas legal ou em um site? Querem milagre mesmo! E não irão para frente! São realmente poucas as que se mantêm em voga ou na lembrança das pessoas.

Acho que também me mantenho firme em continuar meu projeto "Zahra Sharq" anualmente para agradar aquele meu público pequenininho, mas fiel. Dane-se. Se eu sentir que está realmente me prejudicando, daí eu paro de vez. E as amizades fortificadas durante a organização dos envolvidos, né... essas não têm preço que cobre.

Incentivo muito as profissionais se aventurarem na organização de eventos!

Até uma próxima melhor!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

domingo, 18 de julho de 2010

Gafes na Dança do Ventre

Eu, que defendo os concursos de Dança do Ventre, caí recentemente mais uma vez em injustiça com aluna. Ironia total. Mas não, continuo mantendo minha opinião. Os concursos fazem, não só as alunas, como as professoras, crescerem com as avaliações, a coreografia, o nervosismo.

Porém, às vezes, caímos em armadilhas, sem querer ou não. A falta de uma combinação ou conversa entre os jurados é uma delas; um edital mal feito, em que faltam especificações com relação ao não-cumprimento das regras; ou falta de bom-senso ou preparo mesmo.

Não digo que a culpa é dos organizadores quando me refiro à falta de bom senso. Fica difícil imaginar que um profissional aparentemente capacitado venha a cometer gafes desse tipo, mas pode acontecer.

Quem já não soube de alguma bailarina famosa, uma deusa no palco, mas que esconde o jogo durante um workshop ou nas aulas? Ou o fato da bailarina ser uma pessoa super antipática ou grosseira?

Como estou sempre participando de concursos, sozinha ou com aluna, fui percebendo quais que parecem bons profissionais mas não são, quais os eventos confiáveis, quem vale a pena fazer aula...

Meninas, não se enganem com o nome e com os selos. Já me decepcionei e creio que mesmo com o filtro que eu tenha criado, eu devo me decepcionar mais vezes porque estamos cercadas de muita gente incompetente em que parece que a propaganda importa mais que tudo. A impressão é que todas querem ser bailarinas fenômeno, mas são realmente poucas que deixaram marcas e são ou serão inesquecíveis, mesmo que parem de dançar.

Exemplos...

em que fui surpreendida negativamente: entre outros exemplos que não citarei nomes, foi o workshop da Nour em Porto Alegre. Ela dá curso baseado totalmente em coreografia. Adorei porque entendi a dança dela e ela é super didática, mas... pagar para copiar professora dançando NÃO DÁ.

em que fui surpreendida positivamente: o workshop da Orit Maftsir aqui no Rio de Janeiro. Fui no show com quem não quer nada e gostei. Mas onde fiquei fascinada foi no workshop. Fantástica. Ela manteve minhas convicções em pé.

O que quis mostrar com isso é que não se preocupe tanto se você não conhece a profissional que vai dar workshop ou vai dançar. Com a internet, tudo é possível hoje, dá para se ter ideia do trabalho de quase todo mundo! Logo, galerinha, não se iluda com os rótulos! And keep dancing...

Os vídeos das queridas Nour e Orit para nos deleitarmos porque a gente merece!



Bauce kabira,
Hanna Aisha

sábado, 17 de julho de 2010

Dinheiro, pra quê? Ela é bailarina! - por Aisha Jalilah

"Para que ser bem remunerado em dança? Afinal, bailarina de dança do ventre:

- mora em tendas no deserto e não paga aluguel, IPTU e condomínio.
- não precisa de convênio médico, já que, lá no fundo, todo mundo sabe que ela é um ser além das condições humanas normais, e está sempre rodeada por forças divinas.
- seus filhos não vão a escola e não precisam de aulas de natação pois ela é bailarina e não mãe, esqueceu?
- não faz compras no mercado, aliás, comer pra quê? Ela precisa se manter em forma e se alimentar da admiração alheia.
- tem passe livre em restaurantes, simplesmente por ser parte da imaginação humana e merecer respeito pelas lantejoulas que carrega há séculos.
- não precisa se preocupar com a pele, já que existe Photoshop e, no final, tudo se resolve com uma luz baixa ou sem luz mesmo.
- roupa de dança do ventre é barato, vende até na 25 de março. (E sempre tem aquela tia ou avó que sabe bordar)
- não precisa pagar para fazer aulas, dança é como a tecnologia bluetooth, é só estar perto de outros talentos que a transmissão acontece.
- não precisa de roupas comuns, os trajes da dança são as peças mais bonitas do seu armário e se eu fosse ela sairia na rua com eles, iria arrasar geral.
- IPVA, Seguro e licenciamento, táxi ou ônibus. Como assim, e o camelo?????
- Véu arco-íris é coringa, combina com qualquer roupa e assim economiza.
- Ela ganha muitos presentes dos homens ricos e poderosos que a cercam, inclusive muitas jóias para combinar com as roupas.
- Viver de dança é viver em meio a muito glamour, não há necessidade de almejar mais coisas na vida.
- Bailarina não tira férias, afinal a vida dela não tem estresse, então, férias, pra quê? E quem vai me dar aulas enquanto ela estará fora... nem pensar!!!
- viagem a trabalho??? você só pode estar brincando, ? Além do mais toda vez que ela viaja é para fazer o que mais gosta, então não é trabalho, além de dançar, ela ganha hospedagem e passagem... assim é fácil!
- despesas com tecnologia passam longe do orçamento, porque computador, mp3, ipod, câmera digital fotográfica e filmadora são artigos supérfluos para uma profissão que fala de corpo em movimento, então trate de se mexer e pare de reclamar.

Sendo assim não é necessário ganhar dinheiro, não é mesmo??!?

Seria engraçado se não fosse real. Tem academia grande e mega famosa que paga R$6,00 a hora-aula, o que deve totalizar R$ 72,00 por mês, esse foi um exemplo, mas a grande maioria dos contratantes exerce muito mal a valorização do seu prestador de serviço. Isso é geral, para aulas, workshops e shows, quem dirá para outras participações do artista.

Pense bem se é certo pensar que sua professora ou bailarina não necessita de remuneração de respeito. Parece brincadeira, mas o fato é que nossa condição para viver é a mesma de qualquer cidadão, trabalhar para comprar o pão... e o pão custa dinheiro...

E as colegas bailarinas podem pedir licença ao seu ego para fazer a negociação com consciência, pois ele coloca o desejo de estar em determinado palco ou de atuar em tal sala de aula em primeiro lugar e se torna o maior facilitador para pensamentos absurdos em relação a valorização do seu trabalho."

Texto original em Aisha Jalilah.

Tudo bem por aí? 
Bauce Kabira,
Hanna Aisha