Enquanto aguardo as fotos e os vídeos do Zahra Sharq 2012 para poder fazer um post só sobre isso, uma semana após passar o evento e pensar sobre algumas coisas, resolvi escrever sobre o perfil das bailarinas de Dança do Ventre em geral, com relação a eventos (obviamente, o que escreverei vai se referir à minha experiência na cidade do Rio de Janeiro).
Essa foi a 4a. edição do Flores do Oriente e o quinto evento que organizo. Mas já acompanhei e participei dos bastidores de muitos outros aqui na cidade e sei o quanto custa, cansa, demora para organizar um evento, não importa qual o tamanho. Mas, no geral, quase todos possuem uma coisa negativa em comum: a não-apreciação por outras colegas de profissão.
Lógico que todos nós possuímos nossos compromissos e vida social que não possuem relação com a dança! Claro, ainda bem! Faz parte do viver do ser humano! Mas será que é apenas coincidência na maioria dos eventos não se ver outras bailarinas APENAS indo apreciar o trabalho da outra? Eu, particularmente, não vou em todos até porque já conheci alguns que não me agradaram e eu decidi não ir mais, mas sendo bom e eu podendo ir, eu vou! Ver o trabalho de outras bailarinas da cidade, ver o trabalho de bailarina de fora (caso haja)... são raras as bailarinas que encontro pelos eventos. Imagina encontrar alunas de outras bailarinas! São sempre os familiares e amigos dos envolvidos.
Quando a Orit Maftsir veio aqui no Rio em 2010, fui no show e em um dos workshops e fiquei CHOCADA com a falta de bailarinas nos dois. Como pode? E olha, quem nem de dança eu vivo!
Quando a Orit Maftsir veio aqui no Rio em 2010, fui no show e em um dos workshops e fiquei CHOCADA com a falta de bailarinas nos dois. Como pode? E olha, quem nem de dança eu vivo!
Eu acho esse posicionamento lamentável. É como se um músico não fosse a outros shows e atores não fossem a peças de teatro. Por que participar só se você for convidada? Os eventos nem costumam ser tão caros... certamente, o cinema lhe custa o mesmo.
Se for falar em workshops então... nossa, uma vergonha. A disputa pelos restaurantes é muito mais importante! São raras as que conseguem organizar um workshop que seja um sucesso ou isso lhe custa muita preocupação, encheção de saco ou eventualmente, prejuízo.
Enfim, eu fico muito triste no final do meu show olhar para a plateia e imaginar que sim, muito mais gente poderia ter assistido, não por minha causa, mas pelas bailarinas que estão lá, compondo todo o espetáculo!
Mas a realidade é outra e após 5 anos organizando evento e ralando para trazer gente de qualidade e mudar um pouco as bailarinas de estudo, repenso muito se continuarei me desgastando para tal, já que o retorno não é me nada claro.
Mas e o show, então, foi ruim? Não, não foi. Foi o mais lindo e organizado que já produzi. A Nur é linda e as bailarinas todas foram um primor. Olha que orgulho:
Divulgando o evento que está chegando e que irei como plateia. Darah Hamad conseguiu reunir em um show várias bailarinas importantes na formação de outras aqui na cidade, vale a pena prestigiar. E ela ainda está trazendo a Linda Hátor:
Bauce kabira,
Hanna Aisha
Hanna, mais uma vez muto obrigada pela oportunidade de estar presente no Zahra Sharq. É com muita emoção que vejo essa foto com todas as bailarinas. Jamais esquecerei o qto aprendi.
ResponderExcluirbjos
"É como se um músico não fosse a outros shows e atores não fossem a peças de teatro." - Sim, no teatro acontece a mesmíssima coisa.
ResponderExcluirO ator só vai à peça do outro se for convidado e, de preferência, pagando nada, mesmo sabendo de todo o inferno que é pagar uma pauta sem patrocínio. Infelizmente, a maioria dos "artistas" atuam, cantam, dançam somente para satisfazer o próprio ego se exibindo para os amigos e família. Ninguém tem nem aí para os outros. Ir ao evento dos outros dar "ibope"?
Se não bastasse, pelo mesmo motivo, a maioria não evolui. Afinal, como um ator vai melhorar sua atuação se não tiver referência de outros atores? Como uma bailarina vai melhorar sua performance? É realmente desestimulante. O que importa é que o seu show estava ótimo.
Oieee
ResponderExcluiramiga achei o post muito bom!!! nosso bellymundinho é realmente impressionante né... como pode uma dança tão maravilhosa que trás tantos benefícios ao mesmo tempo criar tanto strees... uma pena mesmo... todas nós bailarinas ´serias, comprometidas com nossa arte e que tentamos compartilhar conhecimento sofremos sempre boicote, eu estou com meu blog parado a meses por não ter tempo de postar apesar de tanto a dizer e a compartilhar, porque trabalho muito em função da dança, valorizando e divulgando, criando e realizando eventos, mas olha tem horas que dá vontade de parar tudo e trabalhar na área da minha formação acadêmica que é Administração... mas acho que a "esperança" de que dias melhores e pessoas melhores venham é que me move mesmo...e tantas outras como eu...
Nossa, é como vc disse: "nem de dança eu vivo" é bem estranho mesmo verificar isso. Será que é só no Rio? (pergunta mesmo, não sei a resposta)
ResponderExcluirSeu evento foi o melhor que já fui de Dança do Ventre. Estou acompanhando os shows há um ano...então posso dizer que do último ano que se passou, o seu foi o melhor sem dúvida. E é maravilhosos vivenciar, prestigiar isso. Me dá um orgulho de isso ter rolado no Rio, pensando em todas essas dificuldades que vc citou que eu já conheço. Eu achei ótimo, porque mesmo com o pouco investimento que o próprio público vcê elevou o nível dos eventos, foi de primeira mesmo. Perfeito.
Pena de quem não foi =/ Mas vamos divulgar, pq divulgação tbm é a alma do negócio. Quem sabe? Sorte!
Aqui em Salvador é histórico o movimento de escolas diferentes frequentarem o evento daquela que traz alguém de fora. Quando é uma coisa menor, sem bailarina convidada, isso é mais raro. Não vivo num óasis, mas vejo que por aqui as afetações do ego são mais bem guardadas. Beijos fulô e não desiste, não!
ResponderExcluirpenso como você.. e estou muito orgulhosa, de tudo! nesse momento, abrindo a carta- só hj tive tempo! rs... gosto muito de vc, garota! sucesso sempre!
ResponderExcluir