"The Bellydancers of Cairo" é um DVD produzido em 2005 pela bailarina estadunidense Natasha Senkovich e ela foi ao Cairo para se aprimorar e descobrir diferentes opiniões sobre a Dança do Ventre. Ela realiza entrevistas com diversas bailarinas, perguntando principalmente sobre a situação de uma bailarina profissional no Cairo. Farei um resumo sobre os principais comentários e desde já recomendo fortemente esse DVD. Não sei se existe alguma cópia que possua legenda em português...
As entrevistadas foram Samasen, Lucy, Dina, Khayyreya Mazin, Rabab, Eman Zaki, Nagwa Sultan, Aida Nour, Doaa Hegazy, Zahra Zuhair, Katia, Marwa, Soraya Zaeid e Diana. Ainda entrevista Gigi De Manais, etinóloga de dança e dois homens, parentes seus.
A Dança do Ventre ainda é muito popular e é utilizada em casamentos para entretenimento e abençoar com fertilidade. Porém ainda existe muito preconceito e as roupas são um motivo, que mudou por conta da influência ocidental e de Hollywood, já que as ghawazee eram mais cobertas. A atriz Maud Allan, atuando como Salomé, também foi uma grande influência. Eman Zaki é uma atual estilista e disse que a Badia Masabni exigia de suas bailarinas treinos diários e que respeitava-se mais as bailarinas da Golden Era porque elas não mostravam tanto o corpo como hoje. E o Corão não permite que a mulher "decente" dance e elas nunca casam com alguém de família "decente", não se aceita [Observação minha: o que entendo por não mostrar tanto o corpo era a barriga, porque as pernocas, babies, apareciam e muito!]. Nagwa Fouad mudou o show de DV, com um tom a Las Vegas e foi a primeira bailarina a produzir suas músicas e, para ela, atuar dava mais dinheiro.
Para ser uma bailarina de sucesso no Cairo, segundo:
Samasen: é preciso um ano para se fazer nome, senão você não ganha respeito. Acha que a DV vai voltar a ser melhor porque está sendo sustentada pelos outros países e ela está feliz com isso [Viva nóis!]. Nenhuma estrangeira vira estrela no Cairo (!).
Aida Nour: não adianta ter habilidade física apenas, mas entender árabe, sentir a música, amar dançar e amar ser bailarina.
Nagwa Sultan: deve-se amar a música árabe e saber se mexer no oriental way. É preciso amor, talento e inteligência. Ela diz que o Egito está ficando cada vez mais conservador e as bailarinas aparecem cada vez menos nos casamentos.
Katia: é preciso criar novos movimentos, ter roupas bonitas e boa orquestra (o que é difícil). A economia está ruim e a influência da religião está maior, assim como a nova geração quer ser mais europeia. Os casamentos não têm DV e sim DJ para dançar. [Observação minha: em uma das vezes que dancei em SP, nessas casas com árabe, escutei isso de alguém com relação ao dabke. Para a nova geração, dabke é coisa de velho. E aí?]
Além disso...
Dizem que para ser famosa é necessário dinheiro para investir e ter um produtor. E se você não é famosa, os empresários vão te usar por razões políticas. Todo manager quer saber se você quer se prostituir, não importa o nível. Hani Sabet, que é produtor, diz que prostituição e DV sempre andavam juntas e acredita estar diminuindo hoje em dia [Comentário interessante para as bailarinas mais puritanas].
Nos cabarés atuais...
É bem diferente: elas não têm troca de roupa e ganham dinheiro fácil. Muitas vão para fazer dinheiro rápido, mas não querem ficar ali para sempre.
No geral, elas demonstraram nas entrevistas muita confiança em si e em sua qualidade como bailarina. Mas ainda fica a dúvida se eles preferem fama e dinheiro ou segurança?
Ainda rola um extra com performances de várias entrevistadas assim como o comentário da diretora Natasha e do cameraman. Não encontrei no YouTube algum trailer sobre o DVD, mas achei essa parte em que ela filma a Soraia dançando e que está no DVD:
Bauce kabira,
Hanna Aisha
Aqui um trailer desse DVD :-)
ResponderExcluirbeijos!
http://www.maderfilm.com/kennethmadertrailersBOC.html