Post a pedido de Grazi Veneravel
Cada vez mais vemos a oferta de workshops e creio que por dois motivos: aumentou o número de profissionais e o interesse de se aprender mais sobre a dança. Que bom! Mas o número crescente desses cursos, assim como os de formação, pode virar uma armadilha, já que muitas bailarinas vão buscá-los por conta da bailarina da moda. As aulas regulares são e sempre foram a melhor opção para manter um estudo constante e evoluir. Então, para quê servem os workshops e como melhor aproveitá-los?
Os workshops são uma ótima oportunidade de se aproximar da bailarina que se admira e aprender o que ela oferece de melhor como profissional. Mas quase ninguém aprende 100% de um workshop porque eles oferecem muito conteúdo dentro, em média, de 2 horas. É possível se decepcionar com um workshop por três motivos: a bailarina não é boa professora, você esperou muito dela ou você fez uma escolha errada por impulso.
Podemos saber se a bailarina é boa professora perguntando a outras pessoas que já estudaram com ela; confie, isso direciona MUITO! Confie no que as pessoas dizem, principalmente se elas não forem tietes.
Se você esperou muito dela, não há muito o que fazer; expectativa é expectativa.
Como saber escolher um curso/bailarina? Você pode fazer algumas perguntas gerais a si mesma antes de comprar um:
- Você a admira como bailarina?
- O assunto abordado é um tema que ela domina como bailarina?
- O assunto abordado é algum desconhecido ou que você está estudando no momento?
Se ainda assim, você insiste em fazer o curso, faça outras perguntas:
- Você precisa desse curso realmente nesse momento?
- Ela tem fama de ser boa professora?
- Ela só trabalha com sequências e eu não gosto disso?
- Eu quero fazer só porque minha professora está organizando ou porque minhas amigas vão fazer?
- Eu tenho esse dinheiro sobrando para investir nisso?
- Vou rever o que aprendi em sala em breve?
Provavelmente, organizadoras de workshops (como eu) devem estar odiando esse post achando que vou repelir possíveis compradoras. Mas não é verdade. A ideia é tornar os workshops um lugar de maior aproveitamento de aprendizado e aproximar mais alunas. Por quê? Porque existem ainda outras perguntas que não foram feitas:
- Ela não é uma bailarina famosa, quem é? Vou procurar saber através de vídeos, sites e pessoas que a conhecem.
- Vou fazer o curso sozinha, sem minhas amigas? Sim, provavelmente, ficarei menos envergonhada de realizar os movimentos, fazer perguntas e tirar dúvidas.
- Não sei quem a bailarina, mas quem está organizando é de confiança? Se a organizadora que eu confio por seu trabalho conhecidamente honesto está trazendo, deve haver algum motivo.
Vou dividir minha experiência na escolha e compra de workshops, que está funcionando perfeitamente para mim nos ultimos anos:
- Todo ano, eu escolho 2 a 4 temas que irei estudar para mim ou minhas alunas. Logo, os workshops que forem oferecidos durante o ano com assuntos parecidos, já têm grande chance de eu fazer; mas a bailarina que irá ministrar que determinará minha decisão. O preço, nesse caso, não me fará muita diferença.
- Se vem alguma bailarina que admiro, provavelmente eu farei o workshop, independente do tema. Aí, o preço vai determinar. Obviamente, nesse caso, eu acho que tenho bom senso quanto à qualidade artística dela e isso, será de cada um mesmo.
- Se aparecer algum workshop de algum tema que estou sempre estudando, provavelmente eu farei e quem vai determinar isso será a ministrante. Nunca liguei muito para quem organiza porque nunca passei por nenhum problema; mas o local/bairro, infelizmente ainda é uma barreira pois nem sempre é fácil de chegar.
- Se vem alguma bailarina que admiro, provavelmente eu farei o workshop, independente do tema. Aí, o preço vai determinar. Obviamente, nesse caso, eu acho que tenho bom senso quanto à qualidade artística dela e isso, será de cada um mesmo.
- Se aparecer algum workshop de algum tema que estou sempre estudando, provavelmente eu farei e quem vai determinar isso será a ministrante. Nunca liguei muito para quem organiza porque nunca passei por nenhum problema; mas o local/bairro, infelizmente ainda é uma barreira pois nem sempre é fácil de chegar.
Os workshops nunca devem ser vistos como substituidores das aulas regulares e eu posso dizer isso de primeira fila porque sou uma que não faz aulas regulares por falta de tempo e opção. Sinto muita falta de uma orientadora profissional e isso ficou muito claro com a palestra que a Jade el Jabel deu aqui no Rio, em janeiro. Dá uma olhada no post todo da Nadja; vou pegar um trechinho, em que na verdade ela disserta sobre cursos de formação e, não workshops:
"Na verdade, vejo este tipo de prática como um grande apoio à formação principal. É onde o professor vai dispôr de um conteúdo programático que exponha sua metodologia de formação, seu ponto de vista e seu material. Pode ser muito bom. Mas a verdade é que este tipo de curso nunca ocupará o lugar da aula regular. A verdadeira preparação corporal é diária. É preciso que a aluna tenha a bagagem da aula regular, sua formação principal. As questões essenciais do ato de dançar não podem ser plenamente desenvolvidas em poucas horas. Não existe milagre. É preciso que a aluna tenha a força de vontade de treinar por conta própria, se não, não vai alcançar o seu objetivo técnico na dança. Acho que o justo seria chamar de curso complementar à formação".
"Na verdade, vejo este tipo de prática como um grande apoio à formação principal. É onde o professor vai dispôr de um conteúdo programático que exponha sua metodologia de formação, seu ponto de vista e seu material. Pode ser muito bom. Mas a verdade é que este tipo de curso nunca ocupará o lugar da aula regular. A verdadeira preparação corporal é diária. É preciso que a aluna tenha a bagagem da aula regular, sua formação principal. As questões essenciais do ato de dançar não podem ser plenamente desenvolvidas em poucas horas. Não existe milagre. É preciso que a aluna tenha a força de vontade de treinar por conta própria, se não, não vai alcançar o seu objetivo técnico na dança. Acho que o justo seria chamar de curso complementar à formação".
Aproveitem o máximo todos os workshops que vocês fizerem e não façam um por mês, a não ser que você garanta que tudo que você aprendeu foi absorvido pela mente e pelo corpo. Daí, se joga. Mas o ideal é que os workshops sejam complementadores, trocadores, orientadores e principalmente, que abram suas mentes quanto à diversidade de estilos e didática.
Valorize também quem é da sua cidade! Nem tudo que reluz é ouro, principalmente, o ouro de fora. Assim, a gente desenvolve respeito pelo trabalho alheio e aprende a admirar não só sua professora, amigas e bailarina do momento.
Quem ganha com isso é a Dança do Ventre.
Quem ganha com isso é a Dança do Ventre.
Bauce kabira,
Hanna Aisha
Oi Hanna! Valeu pelo post! Para ajudar a me decidir se farei ou não um workshop me faço várias dessas perguntas que você descreveu. O mais complicado pra mim sempre é absorver o monte de informação que vem em pouco tempo e o colocar o que aprendi em prática depois. Ainda estou desenvolvendo o melhor método de guardar as informações. Abçs!
ResponderExcluirAdorei o post, essa questão dos workshops era um grande dilema para mim! Obrigada por compartilhar sua experiência conosco.
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