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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Estereótipo x Aprofundamento

No ano de 2012, refleti muito sobre meu papel como professora e bailarina e na verdade, ainda não cheguei em uma conclusão muito clara sobre que quero para mim na Dança do Ventre. É muito evidente para mim mesma que trabalho muito e busco aprimorar minha técnica no geral (expressão, figurino, etc estão incluídos) e que passo isso para quem tem aula comigo. Assim, como procuro saber muito sobre a cultura, acompanho o trabalho de várias bailarinas, enquanto outras são fontes minhas de estudo... mas, e daí? Quem realmente se importa se said é balady, se o ritmo é masmoudi ou se Dança Tribal não é Dança do Ventre?

Nós mesmas! Porque o povo, quer mesmo é ver isso aqui:



Daí, me veio a pergunta: para quem eu quero trabalhar e realmente ganhar dinheiro e ficar satisfeita emocionalmente? Pro povão ou pra bailarinada? Essa pergunta faz parte do seu autoconhecimento e dos seus objetivos dentro da dança que toda bailarina deve manter para permanecer no mercado.

Não sei. Talvez eu prefira o meio do caminho e por mais que em todos os meus shows, eu dê uma programação explicando as danças, sempre que existe uma abertura, eu falo sobre o assunto, porém não sei até onde o povo quer aprender sobre cultura e danças árabes. Daí minhas dúvidas até hoje.

A coisa mais estereotipada que fiz foi uma coreografia para a filha da minha amiga e acho que para criança, combina bem:


Mas, afinal, quem está ganhando mais dinheiro, não é mesmo? Porque para ganhar dinheiro com o povo você não precisa de um figurino da Simone Galassi nem fazer workshop com Gamal Seif. Mesmo.

Pra pensar.
Bauce kabira,
Hanna Aisha

8 comentários:

  1. É Hanna... ou você faz sua dança para o povão ou para a bailarinada ou, simplesmente, para você e para o que você acredita e gosta nisso tudo. Se você acha mais importante a auto-satisfação com sua dança ou se quer mostrar para que alguém goste. Se você acha certo para dançar uma dança de outra cultura entendê-la e respeitá-la ou se prefere dançar o que o público leigo, que não faz a menor questão de entender e respeitar a cultural original, quer ver. Cada uma decide a quem prefere agradar e para quem vai dançar. Eu escolhi dançar para mim e fazer o que eu acho certo, com alguns estereótipos que sejam, e com muito estudo sério sobre o assunto. :) Mas é sempre bom refletir sobre esses assuntos.

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    1. Oi, Laísa, bem-vinda!

      Exatamente! O mais importante é a cada uma definir o que quer para si e se sentir bem com isso, evitando frustrações.

      Beijos

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  2. Gente eu estou no nível da Shakira... tô bem na fita pro povão, vergonha/estudarmais pra quê?!

    Hanna, eu acho que é nosso dever (nosso = pessoas interessadas na cultura, que sabem que ela faz diferença no contexto da arte, etc, etc) manter a qualidade, explicar sim, independente de quem estiver ouvindo estar interessado ou não. Umas pessoas, que nunca serão tocadas pela Dança e pela música que NOS envolve demais, não tem interesse mesmo, e todas as danças serão iguais, e todas as músicas, e tudo será chato a partir da segunda bailarina "fazendo a mesma coisa". Não é nosso dever tocar essas pessoas. Nosso dever é tocar as pessoas. É diferente. Fazer seu trabalho de forma comprometida, verdadeira, correspondente ao que você deseja e vislumbra como algo de qualidade, merecedor de admiração. Vai ter quem está predisposto a gostar e reconhecer aquilo como válido e esses serão altamente tocados. Foi assim comigo e acredito que é assim com outros. Na mesma sala onde me falaram de Dança do Ventre, havia outras pessoas, que não se interessaram, não acharam algo tão legal e complexo como eu pude ver. Não é crítica a quem "não vê", é constatação do real para qualquer outra instância. Eu não sou tocada por várias coisas, coisas que emocionam tantas outras pessoas, tipo: ballet de repertório. Eu não desqualifico, mas eu realmente não sinto a emoção que sei que ocorre com outras pessoas. Claro que por gostar de dança, quando me explicam, me dão um contexto maior, eu tenho mais capacidade pra me identificar com aquilo que estou vendo/ouvindo em relação a Ballet. Consegue perceber como é? Se você deixa de apresentar o que acha que tem que apresentar, vai deixar de tocar quem realmente você almeja tocar. Essa pessoa está lá, e também tantas outras que serão tocadas de tantas formas diferentes... Eu penso isso até pra nós mesmas como pessoas, como devemos ser, mas isso é um papo mais pessoal meu rs

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    1. Lívia

      Eu pensava que devíamos todas procurar a excelência, sem exceção. Mas aprendi com a experiência de que tem gente que não está interessada, se sente muito bem com isso e ganha bastante dinheiro.

      A questão desse post e reflexão para o encontro do próprio bem estar na dança, evitando cobranças extras internas.

      Beijos

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  3. Hanna,

    é triste, mas é verdade... E eu ainda não consigo não me revoltar com a quantidade de público que essas pessoas que saem por aí "tremendo" tem. Na verdade, ter público não me choca, me choca ter muitas alunas que acreditam que aquela é a a melhor dança e que somente essa bailarina está certa. O pior é que se ao menos a técnica estivesse correta, mas é um show de postura errada, machucados, dores, e todo mundo continua achando lindo.

    #chatiada

    Ainda não consegui me distanciar disso. Mas, mesmo com menos dinheiro, menos alunas, menos público, eu prefiro, por pura satisfação pessoal, estudar com o Gamal, e com o Khaled e com a Lulu e com a Soraia e com quem quer mais que eu considere bom.

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    1. É, te entendo! Mas a questão é que não existe certo nem errado, existem posturas.

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  4. Muito bom o post!!!!

    Comentam-se, o que eu escrevi sobre a crítica e o que vc escreve aqui.

    É isso. Quando definimos pra quem, pra que e por que dançamos, definimos a nossa dança, sua qualidade e os caminhos que devemos seguir pra dizer SIM à nós mesmas e SIM ao público escolhido.

    Um grande beijo, querida. E muito obrigada pela visita. ;-)

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  5. Éum absurdo dizer que a dançarina mais respeitada do mundo seje estereotipada!

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