Já falei sobre vários estilos aqui no blog, dentre eles o estilo libanês, argentino, turco, egípcio, leste-europeu, estadunidense e, até um suposto brasileiro.
A busca pelo estilo próprio é árduo e demorado. Aliás, não acredito em fenômenos de nada nessa vida. Você pode ser fenômeno de duas maneiras: sendo ruim mas, por acaso, ficou famoso por algum motivo aleatório qualquer OU sendo talentoso mesmo. Mas talento não é suficiente para ser uma pessoa bem-sucedida no ramo escolhido. O empurrão pode acontecer, mas é preciso se manter em pé depois do mesmo.
Para mim, isso se aplica aos estilos na DV e a consolidação da carreira que se almeja (afinal, todas temos objetivos e satisfações diferentes na dança).
Como eu comentei lá, acho que irei um pouco contra a maré pois, não vejo nenhum problema no rótulo dos estilos da DV; eu acredito sim que eles existam, não como uma forma de enquadrar a dança, mas simplesmente como sotaques. Assim como identificamos os mineiros, paulistas e cariocas, é possível sim perceber diferença em postura, deslocamento e até roupa na DV. Mas isso é regra? Claro que não, mas acho comum perceber diferenças.
Pode ser que estejamos falando de coisas diferentes também e usando a mesma palavra "estilo". Como eu disse, não vejo problema nesse tipo de rótulo e o considero muito válido como aprendizado para identificação de diversos caminhos que a dança pode tomar, dependendo do contexto cultural que ela está.
Pode ser que estejamos falando de coisas diferentes também e usando a mesma palavra "estilo". Como eu disse, não vejo problema nesse tipo de rótulo e o considero muito válido como aprendizado para identificação de diversos caminhos que a dança pode tomar, dependendo do contexto cultural que ela está.
Vejamos a Débora Valério; mesmo tendo decidido voltar e ficar no Brasil, é quase impossível deixar de lado toda sua vivência no Oriente Médio e eu não veria problema nenhum em dizer que ela possui o estilo libanês:
Agora, podemos utilizar a palavra "estilo" com o sentido de dançar sua própria dança sem copiar ninguém e desenvolver trejeitos que são só seus e, aqui, não vamos considerar, de jeito nenhum, cópia como influência. Aí sim, essa ideia eu desaprovo, mas entendo que pode existir sim uma forte influência, principalmente, de nossas próprias professoras.
Mas voltando a falar sobre estilo de DV: existem bailarinas que não se encaixam em nenhum estilo óbvio? Claro que existem e é muito difícil sair das amarras que aprendemos e vemos com frequência. Por exemplo, Elis Pinheiro; não consigo identificar estilo nenhum nela, a não ser o que ela criou, que tem um tom contemporâneo:
Obviamente, isso não diminui aquelas que não possuem uma maneira de dançar tão diferenciada. Isso nada tem a ver com qualidade!
Meu comentário não é um incentivo às cópias, pois nenhuma aprendiz de bailarina pode levar a sério essa história de cópia. Se leva, provavelmente em algum momento, vai falhar e vemos isso acontecer com algumas bailarinas.
A Chrystal Kasbah nos orientou no seu workshop aqui no Rio quanto a fazer variações dentro do deslocamento, obviamente, usando seu estilo; a mensagem mais importante do curso definitivamente, para mim, não foi guardar a sequência (nunca foi minha preocupação) e sim, saber fazer as coisas com consciência e isso só vai acontecer com estudo frequente, não só dos movimentos no próprio corpo quanto sobre o objeto do seu estudo.
Para fechar esse post, vou colocar um vídeo da Esmeralda, que, para mim, desenvolveu muito do seu estilo próprio (na mesma categoria da Elis) baseado em muitos elementos surpresa e trejeitos diferenciados que nunca parecem artificiais e sim, sempre muito espontâneos, como sua expressão:
Siga estudando no seu tempo, com sua consciência limpa e seja feliz! E me conta depois!
Bauce kabira,
Hanna Aisha
amore amei o post.
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