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segunda-feira, 12 de abril de 2021

Um ano depois: A dança e a pandemia

Dia 18 de março de 2020, eu iniciei o isolamento social porque meu trabalho mandou fazer home office. A pandemia tinha acabado de ser declarada pela OMS.

Dia 8 de abril de 2021 tomei minha segunda dose de vacina contra SARS-COV 2 da Pfizer.

Como todo mundo, achei que o pesadelo duraria pouquíssimos meses. E confesso que gostei de ter ficado em casa por dois meses, pois coloquei em dia diversos compromissos pessoais. Um deles era a dança.

Criei uma rotina incrível de exercícios físicos e aulas de dança. Enquanto algumas pessoas engordavam, eu estava emagrecendo. Mas, junho chegou e voltei a trabalhar presencialmente e minha cabeça parou de seguir uma ordem coerente, lógica. Ficou tudo bagunçado porque o combo ""pressão para recuperar o "tempo perdido" em casa + preocupação com a família e amigos no Brasil + falta de perspectiva disso acabar"" veio com tudo. Foram muitos meses para retomar as rédeas, mas acho que consegui produzir coisas, mesmo que atrapalhada:

- No Instagram, fiz uma live com aula para iniciantes e iniciei um projeto de lives mensais com convidados, em maio de 2020 (e que segue, vamos ver até quando).

- Dancei em algumas haflas e festivais online. Nesse meu primeiro vídeo produzido para ser passado online durante um evento, eu resolvi fazer algo diferente e dancei uma música pop libanesa:

Continuei dando aulas online.

- Fiz aulas online.

- Assisti diversas lives e fui convidadas de algumas.

- Li 2 livros sobre dança.

- Criei um serviço de orientação em dança.

- Até consegui vender dois figurinos através do Facebook!

Eu não sei o que você fez. Mas, queria te dizer que, caso você não tenha feito metade do que fiz, está tudo bem. Acho esse papo de coach de "no pain no gain" muito tóxico e humilhante. Especialmente, se você é uma chefe de família e com dependentes e encontra na dança uma maneira de estar sozinha, pensando em você.

A dança não deveria ser vista como um peso, nem pelas profissionais. Ela existe para nos fazer bem, como qualquer atividade extra ou mesmo como profissão. Se passamos a estar infelizes com ela, está na hora de dar um tempo dela ou, até, abandona-la. A pergunta que te faço é como você a enxerga na sua vida, qual o papel que ela tem. Uma vez isso esclarecido, você se cobrará menos (ou mais) e passará a ter uma relação mais saudável com ela.

Nessa confusão, eu não só deixei de emagrecer, como engordei muito mesmo, nunca estive tão acima do peso na minha vida. Perdi minha rotina de exercícios e dança e, ainda estou tentando reorganizar minha rotina. Me via no espelho e me odiava. Mesmo. Me achava feia, desinteressante e achei que minha carreira na dança não só tinha acabado porque engordei mas, também porque diminuí bastante a produção de conteúdos de dança, seja no YouTube, no Instagram, na FanPage, aqui no blog.

Decidi me perdoar porque os tempos são extraordinários (apesar desse ranço ainda existir em mim). Entendi que não posso manter a lógica e a coerência de produção se a lógica e a coerência do consumo estão alterados. Que diferença vai fazer se você postava todo dia nas redes sociais e passou a postar uma vez por semana? Para quem você faz isso? Para quem você trabalha?

Essas respostas são individuais porque as realidades são individuais. Logo, não se sinta mal se você não está fazendo o que os outros estão. E se você acha que deveria fazer o que estão fazendo, tudo bem também. Nos dois casos, só gostaria que você se preservasse porque a dança não vai desaparecer de você. Ela estará lá, linda e complexa, esperando por todas nós.

Respeitem o isolamento social, usem máscara apropriadamente, se vacinem quando puderem e não façam tratamento precoce (porque não existe, até então).

Bauce kabira,

Hanna Aisha

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