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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Livros sobre dança - parte 3

Escrito pelo único bailarino libanês do Brasil, o livro "Um Líbano inesquecível" é uma excelente introdução para aqueles que não conhecem nada sobre a cultura árabe, com uma leitura fácil e leve. Tufic Nabak compilou o resultado de sua monografia da faculdade de Turismo na forma desse livro e traz de tudo um pouco da cultura à qual nasceu: comida, dança, história, geografia, língua árabe. Para as bailarinas, que já estão mais familiarizadas um pouco com a cultura árabe, não deixa de ser uma referência, afinal, foi escrito por um bailarino libanês e que ainda carrega no seu dia-a-dia parte do país que está longe dele no momento.

Então, se você quer ajudar seu namorado ou prima a entender esse universo que você tanto fala, o livro do Tufic é uma opção!

O segundo livro não é só uma referência absolutamente essencial para quem está querendo entender cultura árabe como para quem é da área de humanas. Traduzido para 36 idiomas, "Orientalismo", do intelectual palestino, falecido em 2003, Edward Said, é heavy metal. Levei quase um ano para terminar de lê-lo e confesso que absorvi, no máximo, 1%. Precisarei relê-lo mais vezes! O texto é bem pesado e com informação demais. Para quem é da área de humanas, o texto deve ser mais fácil de ser lido.


Publicado em 1978, Said tenta explicar que a concepção de Oriente, antes de categoria geográfica, é uma invenção ocidental que engloba as civilizações a leste da Europa. Esses artistas e intelectuais, principalmente, europeus, passam a peregrinar nos países árabes do século XVIII até o começo do século XX para vasculhar em diversas fontes indícios que legitimem seu trabalho. Said encontra elementos deste discurso em diversos textos, descrições, personagens e representações imagéticas, cujas exposições contribuíram para a elaboração e a persistência de um Oriente misterioso, romantizado, exótico e, acima de tudo, idealizado. Projeções cujas reminiscências, conforme aponta Said, reverberam no século XXI, sob as experimentações orientalistas entre os Estados Unidos e o Oriente. Tal estigma, elaborado através do olhar europeu àquelas localidades desde a modernidade, reverberou em produções de cunho artístico, literário, político e científico, resultando no Orientalismo, que são os estudos ocidentais acerca do Oriente (resumido dessa resenha).

No blog Dança do Ventre Brasil, eles reproduzem um texto que a Luanna Mello havia escrito sobre o livro com um foco mais sobre a dança. Sugiro a leitura dessa outra resenha, bem completa e contextualizada.

Boa leitura!
Bauce kabira,
Hanna Aisha

2 comentários:

  1. Muito bacana... Anotadas as dicas, são livros que eu não conhecia, no meio das publicações que são bastante faladas.
    Obrigada Hanna :)

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  2. Comecei a leitura do Orientalismo e estou impressionada, a cada página, pela forma fluente da escrita dele (parabéns ao tradutor também, é claro). Antes dele li Cleópatra - Uma biografia, e fico observando como as coisas vão se encaixando.
    Na semana passada assisti Como Treinar o seu Dragão II e estou lendo livro para ela (5 anos). No filme, o vilão aparece sempre com o rosto sombreado por seu cabelo a lá Bob Marley e no livro "os outros" são os bárbaros. As tribos são vikings e a escritora usa muito - para meu gosto - a palavra "bárbaro".
    Sei que o livro de Said, bem como alguns filmes como os que seguem mudarão para sempre minha visão de mundo: Escolarizando o mundo (http://youtu.be/6t_HN95-Urs) e HOLLYWOOD: INSTRUMENTO PARA DESUMANIZAÇÃO DE UM POVO (http://www.youtube.com/watch?v=f3o4Rtp2jTQ&feature=share&list=LL1ifWbFke4NAs6geu44djdQ&index=69)

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